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Política

Empresário diz na CPI que havia corrupção nas diretorias de Abastecimento e Serviços na Petrobras

23 abr 2015 - 15h11
(atualizado às 15h11)
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Em depoimento à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados, o presidente da Setal Engenharia e ex-conselheiro da Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, afirmou nesta quinta-feira que o “único” contato que teve com irregularidades na empresa foi nas diretorias de Abastecimento e Serviços.

O empresário disse a deputados ter feito doações a diversos partidos, como o PSDB e o PR, mas foi específico ao afirmar que as contribuições ao PT foram feitas a partir de pedido do então diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que está preso no Paraná.

“Estamos assistindo hoje a Petrobras sendo massacrada com a imagem muito arranhada como se parecesse uma companhia de segunda categoria, repleta de gente corrupta. Na verdade é completamente o inverso. Tive uma participação longa com a Petrobras e o único contato com corrupção foi com essas três pessoas que citei”, disse, referindo-se a Duque, ao ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, e ao ex-gerente de Serviços Pedro Barusco.

"Quando o Pedro Barusco fala que era generalizada, ele tem razão em um sentido. De fato, dentro da diretoria de Serviços era generalizada, porque queriam aplicar em todos os contratos", disse.

"Nós fizemos doações a partidos políticos várias vezes, vários partidos”, disse. “E foram feitas contribuições ao Partido dos Trabalhadores a pedido do Renato Duque”, disse, acrescentando que as doações aos outros partidos não foram objeto de pedidos de diretores da estatal.

A CPI investiga, assim como a Justiça, denúncias de corrupção na estatal envolvendo esquema de cobrança de propina de empresas em três diretorias da Petrobras em benefício de pessoas e partidos políticos.

Mendonça, um dos delatores do esquema na operação da Polícia Federal que investiga o esquema, a Lava Jato, negou ainda que tenha ocorrido superfaturamento nos contratos sob suspeita.

O empresário confirmou ainda a existência de um “clube” de empresas que discutia as “oportunidades” na estatal, mas não quis classificá-lo como “cartel”. A Setal Engenharia é investigada por suspeita por formação de cartel e pagamento de propina em contratos com a estatal.

O clube, segundo Mendonça, ganhou efetividade na estatal a partir do envolvimento de Costa e Duque e da retomada de investimentos da empresa principalmente na área de refino.

Integrantes da CPI devem reunir-se, na sexta-feira, com o juiz responsável pelas investigações da Lava Jato, Sérgio Moro, em Curitiba. Deputados devem solicitar documentos e negociar os depoimentos de presos na operação.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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