PUBLICIDADE

Política

Em programa de rádio, Dilma detalha os 5 pactos para o País

1 jul 2013 - 08h52
(atualizado às 08h56)
Compartilhar
Exibir comentários
Dilma propõe plebiscito para Constituinte e reforma política:

A presidente Dilma Rousseff detalhou nesta segunda-feira, no programa semanal Café com a Presidenta, os cinco pactos que propôs para unir os prefeitos, governadores, o Congresso Nacional e a sociedade de modo a atender às demandas apresentadas pela população que foi às ruas nos protestos das últimas semanas. Ela enfatizou que o objetivo do governo é buscar "soluções rápidas e concretas para alguns problemas da economia, do transporte, da saúde, da educação e também da política".

"Se há muita coisa ainda a melhorar no País, por que não fazermos isso juntos, somando esforços, sem dispersão? As pessoas saíram às ruas para dizer isso, para dizer: 'Olha aqui, estamos juntas querendo melhorar o Brasil e queremos melhorar rápido'. Nossa obrigação, como governantes, é ouvir esse recado e transformá-lo em realidade", afirmou ela.

Sobre o pacto em torno do equilíbrio fiscal, a presidente destacou que o objetivo é defender a economia para que continue a gerar emprego e combater, com todas as armas, a inflação. Ela também ressaltou o pacto para a reforma política, que tem gerado ampla discussão no País, e defendeu a participação popular nas decisões e na fiscalização da ação dos governantes.

"Por isso, estou apresentando uma proposta ao Congresso Nacional de convocar um plebiscito para que os cidadãos opinem sobre os temas mais urgentes que o Legislativo deve discutir em uma reforma política. Para que os cidadãos opinem, por exemplo, sobre o que querem mudar na forma de eleger seus representantes, o que querem mudar no financiamento das campanhas e outras coisas mais", ressaltou.

A presidente Dilma enfatizou, ainda, que o combate à corrupção é um dos eixos básicos do pacto e cumprimentou o Senado por ter aprovado, "com rapidez", na semana passada, o projeto de lei que torna a corrupção um crime hediondo. "É preciso ter leis cada vez mais duras contra a corrupção. É preciso que todos os governos, municipal, estadual ou federal, tenham mecanismos internos que inibam a corrupção já na sua origem. É preciso repensar o financiamento das campanhas políticas, porque é uma fonte permanente de conflitos entre os interesses públicos e privados", ponderou.

Mobilidade urbana

Dilma lembrou que o governo vai disponibilizar, em resposta aos protestos, mais R$ 50 bilhões para investimentos em obras de mobilidade urbana e acrescentou que detalhará, nos próximos dias, os projetos em que esses recursos serão aplicados. Ela também ressaltou que os esforços nesse sentido incluem a ampliação das desonerações, como no caso do Programa de Integração Social/Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre o óleo diesel dos ônibus das empresas de transporte coletivo e da energia elétrica consumida por metrôs e trens.

Em relação à saúde, a presidenta ressaltou que serão criadas, até 2017, mais 11.447 vagas de graduação e 12.376 vagas de residência médica para estudantes brasileiros, mas enfatizou que para resolver o déficit profissional até que esses estudantes se formem será necessário convocar médicos formados no Brasil e autorizar a vinda de estrangeiros para, provisoriamente, ocuparem essas vagas. Ela destacou que isso será feito "somente para aqueles lugares onde os médicos brasileiros não se candidatarem, e isso em caráter temporário".

"Quero ressaltar que somente serão aceitos médicos bem formados, que falem e entendam bem o nosso idioma, e eles serão acompanhados e fiscalizados pelo Ministério da Saúde, pelas faculdades de medicina das universidades federais e pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde", explicou. "A vinda de médicos do exterior para uma ação emergencial e temporária só trará benefícios para a população que usa o SUS (Sistema Único de Saúde)", acrescentou.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
Publicidade
Publicidade