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Política

Em meio a protestos, Lula toma posse como ministro-chefe da Casa Civil

17 mar 2016 - 11h22
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu nesta quinta-feira o cargo de ministro-chefe da Casa Civil do governo de Dilma Rousseff, em meio a protestos de grupos de oposição e manifestações de apoio em Brasília.

Lula, suspeito de corrupção, assumiu o cargo em um evento realizado no Palácio do Planalto, cercado por centenas de pessoas que expressavam apoio ao governo ou protestavam contra a nomeação do ex-presidente como ministro.

Dezenas de parlamentares da base governista participaram da cerimônia de posse. Lula e Dilma foram recebidos aos gritos de "não vai ter golpe", em relação ao impeachment contra a presidente, processo que será retomado hoje na Câmara dos Deputados. Representantes da oposição, por outro lado, gritaram "vergonha".

A nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil provocou um terremoto político em Brasília devido aos problemas que o ex-presidente enfrenta na Justiça.

A confusão se agravou depois da divulgação de gravações telefônicas, feitas por meio de um grampo da Polícia Federal autorizado pela Justiça, que sugerem que a Dilma tentou influenciar para evitar a prisão.

A segurança no Palácio do Planalto foi reforçada com dezenas de policiais e o trânsito de veículos foi restringido em torno da Praça dos Três Poderes. Manifestantes tanto a favor como contra ao governo se concentram em frente ao local. Alguns incidentes sem gravidade foram registrados.

Grupos favoráveis ao governo eram mais numerosos. Segundo cálculos da Polícia Militar, eles somavam cerca de 300 pessoas, enquanto os opositores não chegavam a cem, pelo menos no início das concentrações.

As gravações que agravaram a crise foram divulgadas na quarta-feira pelo juiz Sergio Moro, responsável pela investigação de corrupção na Petrobras, que afeta dezenas de políticos. Agora como ministro, Lula passa a ter foro privilegiado. As denúncias contra ele agora serão julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A divulgação dos áudios e a suspeita de que Dilma nomeou Lula como ministro para atrapalhar o processo levou milhares de pessoas às ruas do país para protestar em todo o país e exigir a renúncia da presidente, como tinha ocorrido no domingo, quando 3,5 milhões de pessoas manifestaram em várias cidades do país.

Após as gravações, a Câmara dos Deputados decidiu retomar hoje o o processo de impeachment contra Dilma, cujo apoio no Congresso está diminuindo ao longo da severa crise política que abala o país.

Assim que os áudios foram divulgados, o PR decidiu abandonar a base governista e se posicionou a favor do impeachment de Dilma.

EFE   
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