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Política

Em depoimento, lobista nega que tenha ligação com o PMDB

Advogado de Fernando Baiano, que disse que no Brasil não se põe “um paralelepípedo no chão” sem propina, evitou dar mais detalhes do depoimento de seu cliente à Polícia Federal

21 nov 2014 - 18h26
(atualizado às 22h36)
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O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, disse nesta sexta-feira, em depoimento à Polícia Federal em Curitiba, que não tem qualquer ligação com o PMDB. Segundo os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Baiano seria o operador do PMDB no esquema de corrupção na estatal.

“Negou, obviamente. Disse que nunca teve nada com o PMDB”, afirmou o advogado Mario de Oliveira Filho. A defesa afirmou ainda que o depoimento durou cerca de duas horas e que todas as perguntas foram respondidas. “O Fernando foi ouvido e respondeu a todas as perguntas, a todas, não ficou uma pergunta sem responder. Foi um depoimento tranquilo.”

Oliveira Filho, que ficou nacionalmente conhecido na quarta-feira após dizer que não há obra pública sem pagamento de propina no Brasil, se recusou a dar mais informações sobre o conteúdo do depoimento.  “Porque não adianta. Eu falo uma coisa, sai outra. Eu me comprometi a não falar do conteúdo”, explicou.

Na quarta, o advogado disse que o pagamento de propina faz parte da “cultura” do País. “O empresário, porventura, faz uma composição ilícita com algum político e paga alguma coisa. Se ele não fizer isso, e quem desconhece isso desconhece a história do País, não tem obra. Pode pegar uma prefeitura do interior, uma empreiteirinha com quatro funcionários. Se ele não fizer acerto, ele não põe um paralelepípedo no chão”, disse na ocasião.

Prisão preventiva

Baiano está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba com mais 12 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato. Ele teve a prisão decretada na sexta-feira da semana passada, quando a maioria dos investigados foi presa, mas só se entregou na terça.

Na noite desta sexta-feira, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação, determinou que a prisão temporária de Baiano fosse transformada em prisão preventiva (30 dias, prorrogáveis por igual período).

A pedido da Justiça Federal, o Banco Central (BC) bloqueou ontem mais de R$ 47 milhões das contas bancárias de 16 investigados na Lava Jato, além de três empresas suspeitas. Das contas pessoais de Fernando Baiano foram bloqueados R$ 8,8 mil. A suspeita, porém, é que o lobista seja proprietário de duas empresas que tiveram dinheiro bloqueado pela Justiça: Hawk Eyes Administração de Bens (R$ 6,5 milhões) e Technis (R$ 2 milhões).

Fonte: Terra
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