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Política

SP: para reforçar bancadas, partidos apostam em chapas próprias

27 mai 2012 - 18h14
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Natalia Julio

Mesmo com pouca representação na Câmara Municipal de São Paulo, alguns partidos apostam em candidaturas próprias nas eleições para a Prefeitura da capital paulista deste ano. É o caso do PPS, do PRB, do PDT e do PRTB.

PPS, PDT e PRB contam com apenas um vereador na Câmara, e o PRTB não é representado. Mas as pré-candidaturas de Soninha Francine (PPS), Celso Russomanno (PRB), Paulinho da Força (PDT) e Levy Fidelix (PRTB) já estão encaminhadas.

Para o professor e cientista político Roberto Romano, a candidatura dos partidos menores é uma maneira de conseguir votos para o legislativo. Para isso, acabam lançando pessoas ligeiramente famosas (Soninha e Russomanno, por exemplo, têm passagens pela televisão) em uma "estratégia oportunista". "Eles usam pessoas familiares ao público para captar votos e conseguir representação na Câmara, Assembleia Legislativa e, então, no plano federal", analisou. A mesma tática levou o humorista Tiririca ao Planalto e é usada também por partidos maiores, aponta o analista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, pode atuar como "puxador" de votos do PT, apesar da projeção nacional do partido, por ser uma figura vista com empatia pelo público.

Ainda assim, os pré-candidatos destes partidos são encarados pelo professor como coadjuvantes na eleição, que deve ficar entre José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB). "O Russomanno tem mais possbilidade, dado que ele tem mais acolhimento em setores da classe média e usa o instrumento da defesa do consumidor. Mas empolgar uma eleição em São Paulo é difícil."

Determinar quando é mais válido para um partido pequeno fazer se aliar a outra sigla ou lançar candidatura própria é algo complicado, explica Romano. Na teoria, seria mais viável se as pequenas siglas se unissem a partidos afins, mas na prática isso não acontece. "As alianças são vistas exclusivamente tendo em vista a eleição, e muitas vezes não funciona. Mistura-se alhos com bugalhos", ponderou.

Os candidatos destes partidos enfrentam algumas dificuldades, como por exemplo um menor espaço nas propagandas de rádio e TV. Um terço de todo o tempo é destinado igualmente entre partidos, e outros dois terços são divididos entre eles de acordo com a representação na Câmara dos Deputados - por isso a importância de somar alianças.

Soninha Francine

A ex-apresentadora de televisão e vereadora Soninha Francine é a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PPS. Soninha começou a carreira no PT e em 2004 foi eleita vereadora de São Paulo com 50.989 votos. Soninha também foi sub-prefeita da Lapa na gestão de Gilberto Kassab e agora tenta, pela segunda vez, o cargo de prefeita da capital. Para conseguir mais tempo de televisão na propaganda eleitoral, Soninha disse que não desistiu das alianças e afirmou estar "cortejando" os partidos que ainda não se aliaram a outros pré-candidatos, o que pode lhe garantir alguns minutos extras. "A gente continua nessa paquera", disse Soninha durante as sabatinas Terra/SBT, citando como alvos desse flerte partidos como o PHS e o PV, por exemplo. O partido da ex-vereadora deve ter 40 segundos de propaganda eleitoral.

Celso Russomanno

O ex-deputado federal Celso Russomanno é a aposta do PRB. Segundo colocado na última pesquisa Ibope, com 16% das intenções de voto dos paulistanos - atrás apenas de José Serrá, do PSDB -, Russomanno notabilizou-se por sua participação em programas de televisão como o Aqui Agora, do SBT. A atuação televisiva é um bônus para o candidato, que acaba ficando mais visível e conhecido pelo eleitorado - tanto é que apareceu em segundo lugar na última pesquisa feito pelo Ibope no início do mês. Atualmente, está com o programa Balanço Geral, na Record, mas logo abandonará a atração. Pela legislação eleitoral, nenhum postulante ao Executivo municipal poderá apresentar programas na televisão. Durante a sabatina promovida pelo Terra e SBT, Russomanno lamentou o fato. "Acho injusto que isso valha para o jornalista e não para outras profissões", comentou. O pré-candidato também aposta em coligações para conseguir maior espaço no horário eleitoral televisivo. "Estamos com o PHS, PRP, PTdoB e PTN, e estou conversando com vários, mas se você me perguntar quais, eu não digo. Isso pode atrapalhar as negociações", afirmou na última segunda-feira.

Levy Fidelix

Levy Fidelix, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo e presidente nacional do PRTB, foi um dos primeiros a lançar a pré-candidatura. Fidelix já se candidatou ao cargo em ocasiões anteriores, assim como ao de presidente da República e Governador do Estado de São Paulo. Por enquanto, o PRTB vai sair sozinho, já que a maioria dos partidos pequenos acabou apoiando as grandes siglas, mas não descarta a possibilidade de aliança com outras siglas para aumentar o tempo em televisão - na situação atual, deve ficar com 55 a 58 segundos. O pré-candidato faz ataques frequentes à administração do PSDB do metrô e é um entusiasta do aerotrem, espécie de metrô de superfície movido a magnetismo.

Paulinho da Força

Paulinho da Força é o pré-candidato do PDT, partido que também conta com apenas um representante na Câmara. Com pouco mais de um minuto de propaganda eleitoral na televisão, Paulinho diz pretender melhorar sua posição nas pesquisas eleitorais com "novas ideias", e não com publicidade. "É preciso descentralizar a prefeitura de São Paulo, ter um conselho de representantes em cada subprefeitura, e chegar até o ponto de eleger o subprefeito", disse o pré-candidato durante sabatina do Terra e SBT em 14 de maio. Para alavancar a candidatura, Paulinho aposta em seus apoiadores anônimos. "Eu tenho uma coisa que os outros partidos não têm, que são militantes. Sempre militei na área sindical e tenho uma militância que pode me ajudar."

Soninha Francine, pré-candidata do PPS
Soninha Francine, pré-candidata do PPS
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Fonte: Terra
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