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Política

SP: em debate 'embolado', Haddad e Serra polarizam discussões

3 ago 2012 - 01h40
(atualizado às 01h46)
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Os candidatos à prefeitura de São Paulo fizeram na noite desta quinta-feira um debate confuso, por causa da quantidade de participantes, e marcado pela polarização entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT).

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A troca de provocações ficou mesmo concentrada no tucano e no petista, que criticaram as gestões rivais nas áreas e saúde e tributação. Os outros candidatos se limitaram a atacar a administração Serra-Kassab e a pautar o tema do mensalão e da aliança do PT com Paulo Maluf (PP), acusado de corrupção.

Nos bastidores, aliados de José Serra (PSDB) reclamaram do número de candidatos e classificaram o debate como "chato". Para o senador Aloysio Nunes, o debate deveria ter menos participantes. Já o vice de Serra, Alexandre Schneider (PSD), afirmou que o debate foi morno. "Tem muita gente, está embolado", reclamou.

Em resposta a uma pergunta do jornalista Boris Casoy, José Serra (PSDB) lembrou da chamada "taxa do lixo" da gestão Marta Suplicy (PT) e frisou que, se eleito, não aumentará impostos. "Meu esquema de governo nunca é de forçar a carga tributária", afirmou Serra, lembrando da Nota Fiscal Paulista, esquema de devolução de tributos sobre vendas.

Haddad respondeu criticando a taxa cobrada para a inspeção veicular obrigatória. "A troca da taxa de lixo pela taxa de carro não foi boa", disse. Ele prometeu tornar a inspeção gratuita.

Serra também rivalizou com Haddad ao minimizar a importância das Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), programa do governo federal, em relação às Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), da prefeitura da capital paulista.

"As UPAs copiaram as AMAs", disse Serra. Já Haddad afirmou que todo hospital que a gestão Serra-Kassab entregou foi iniciado na administração de Marta, e reagiu ao comentário do tucano: "Não entendo que AMA e UPA sejam a mesma coisa", disse ele, completando que as UPAs são 24h e as AMAs, não.

Ataques a PT e PSDB

Carlos Giannazi (Psol) relacionou o PT e o candidato da legenda, Fernando Haddad, ao esquema do mensalão, que começou a ser julgado nesta quinta-feira, e questionou a aliança firmada entre Haddad e o PP, do deputado federal Paulo Maluf.

Haddad respondeu que a aliança é natural, já que o PP compõe a base de apoio do governo federal. Criticando a corrupção na prefeitura de São Paulo, Giannazi acusou também o PSDB, de José Serra, de estar relacionado com o caso, por conta da aliança "com o mensaleiro Waldemar da Costa Neto".

Já no terceiro bloco, foi a vez de Gabriel Chalita (PMDB) atacar Serra, dizendo que o rival fechou escolas abertas por ele quando secretário da Educação. Depois disso, Serra - com o microfone desligado - chamou Chalita de "mentiroso".

Em um discurso unido, Celso Russomanno (PRB) e Chalita criticaram a corrupção de funcionários da prefeitura de São Paulo e a demora para a abertura de novas empresas e prédios na cidade.

Num quarto bloco quente, os candidatos trocaram provocações e Giannazi chegou até mesmo a mostrar um exemplar do livro "A Privataria Tucana", que traz denúncias de corrupção no governo do PSDB.

Soninha Francine (PPS) atacou indiretamente, a candidatura do petista, ao perguntar a Russomanno se ele aceitaria formar aliança com Maluf e seu partido em troca de tempo na propaganda eleitoral.

Apesar de já ter sido do PP, e contado com o apoio de Maluf, Russomanno respondeu: "Nem pensar. O que eu passei na mão desse cidadão, ninguém quer passar."

Paulinho da Força criticou a segurança pública na cidade. Segundo o candidato do PDT, "a segurança pública em São Paulo é praticamente nula".

Por fim, Chalita cutucou Serra ao dizer que não vai sair da prefeitura - como o tucano fez, em 2005 - e que não vai criar partido novo, como fez Kassab.

Serra e Haddad

Responsáveis pela polarização do debate, o tucano e o petista tentaram trazer à tona seus feitos como prefeito e governador, e como ministro da Educação, respectivamente.

Em algumas perguntas, Serra buscou introduzir sua fala citando primeiro seus feitos para comparar com as propostas que seus adversários apresentariam. Ao questionar Levy Fidélix (PRTB) sobre transporte público, ele destacou o investimento de sua gestão em metrôs.

Haddad também citou alguns feitos da época em que foi ministro, e tentou associar sua imagem ao governo federal citando projetos dos governos Lula e Dilma Rousseff que pretende trazer para a cidade, caso eleito.

Kassab ironiza

Presente ao debate, o prefeito Kassab deixou os estúdios da Bandeirantes antes mesmo do fim do debate e ironizou as declarações dadas por Haddad.

O prefeito disse que os candidatos tiveram dificuldade de apontar os erros de sua administração. Questionado se iria se encontrar com Serra, ele disse que passaria a noite "procurando os hospitais que o PT construiu."

Os oito candidatos que participaram do debate são vistos no estúdio da Band
Os oito candidatos que participaram do debate são vistos no estúdio da Band
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Fonte: Terra
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