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Política

SP: Chalita critica Serra e chama Kassab de prefeito 'ausente'

14 ago 2012 - 14h04
(atualizado às 16h31)
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O candidato Gabriel Chalita (PMDB) acusou o prefeito Gilberto Kassab de "ausente" e afirmou ser é o único na disputa pela prefeitura de São Paulo que vai conseguir unir o governo estadual e o federal, já que é amigo do governador Geraldo Alckmin e da presidente Dilma Rousseff. "Eles tem seus próprios candidatos, mas eu sou amigo deles", afirmou Chalita nesta terça-feira, durante sabaina Folha/UOL.

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Com um discurso de que vai modernizar a prefeitura, Chalita criticou o concorrente do PSDB, o ex-prefeito José Serra, e comentou os problemas da capital, como o trânsito - segundo Chalita, "falta ousadia". "Tivemos os semáforos inteligentes, mas eles são obsoletos, não são bem monitorados. Se você melhorar isso, já vem a fluidez. Hoje não temos interligações entre os bairros, aí vem a ousadia. Devemos criar alças para que esses lugares se liguem, sem precisar chegar no centro". O candidato, porém, rechaçou o "pedágio urbano". "São Paulo tem proibições demais".

Sobre a atual gestão, avaliou: "eu acho que o Kassab começou bem quando ele uniu a cidade em torno da cidade limpa, melhorou a autoestima. Parecia um prefeito presente, jovem, parecia que não tinha condições de vencer, mas venceu (a eleição de 2008). Foi inteligente ao dar continuidade nos CEUs, urbanizações de favelas, mas ele perdeu a oportunidade de fazer com que São Paulo seja vista como cidade mundial de fato", afirmou. "O conceito-chave é iluminar a cidade. O prefeito não conseguiu completar o orçamento de iluminação de São Paulo, a cidade hoje vive num breu", criticou.

O candidato do PMDB criticou a ausência de Kassab na cidade: "Prefeito tem que estar na cidade. Estourou aquela informação da escalada de violência e ele estava em Belo Horizonte, intervendo no seu partido lá. Ele foi um prefeito absolutamente ausente". Chalita ainda comentou que a taxa de inspeção veicular em São Paulo é "antipática". "Temos que descentralizar isso", disse o candidato, que ainda questionou a necessidades dos carros novos precisarem passar pela inspeção.

Chalita ainda defendeu uma parceria maior com o governo federal quando comentou "invasões" de sem-teto em São Paulo. "A gente não está buscando recursos do governo federal. Temos 400 prédios abandonados em São Paulo. Não sou favorável a invasões, mas temos que dar opções e alternativas a essas pessoas", explicou.

O candidato defendeu convênios para a construção de creches e escola em tempo integral. "O meu projeto é começar com a escola no tempo integral primeiro para as crianças de quatro anos. E vamos ampliando. No nosso projeto dá para mudar todas as escolas para tempo integral em 7 anos, em 4 é impossível. Com 2 anos, dá para resolver os problemas das creches. É só fazer convênios. Eu já tinha levado isso para o Kassab quando era vereador", explicou.

Chalita afirmou que a cidade é dominada por máfias e que a saída para esse problema é tecnologia, transparência e desburocratização. "Temos que começar a peitar as máfias no começo. Os jornais mostram (as máfias) todo dia. O caminho mais eficiente pra isso é tecnologia, quando você administra com transparência. Você tem instrumentos pra corrigir", disse, citando casos da chamada "máfia imobiliária".

Sobre sua avaliação como secretário de educação em São Paulo, Chalita aproveitou para criticar Serra: "São Paulo vinha de muitas greves, havia fila nas portas da escola, porque não havia informalização na hora da matrícula. Infelizmente, não tivemos continuidade e o Serra fechou as escolas em tempo integral. Mas a minha gestão foi marcada pela informatização, não havia atraso na merenda, não teve mapa com dois Paraguais", disse. Questionado se em um segundo turno, apoiaria Serra ou Celso Russomanno (PRB), respondeu, sob aplausos: "Eu vou estar no segundo turno".

Questionado sobre sua amizade com o governador e a inimizade com o candidato tucano, Chalita comentou: "Alckmin é um homem muito correto, ele não é dissimulado. Ele vai apoiar o Serra porque é o partido dele. Alckmin não vai fazer com o Serra o que o Serra fez com ele", disse. "Saí do PSDB por causa do Serra, fui para o PSB, mas deixei o partido por conta da aproximação com o Kassab. A Marina (Silva) passou por vários partidos, mas é uma mulher íntegra também", justificou ao ser questionado sobre sua passagem em quatro diferentes partidos.

O presidente de seu atual partido, o PMDB, também ganhou afagos do candidato: "(O vice-presidente Michel) Temer foi o segundo grande político que eu conheci, o primeiro foi o (Franco) Montoro. Fui fazer direito inspirado no Temer, tenho muito respeito por ele", disse.

Woody Allen, sexualidade e autoajuda
Entre as propostas comentadas, Chalita disse que gostaria de transformar São Paulo em um "pólo de cinema". "Queria que o Woody Allen filmasse aqui", disse. Questionado se daria R$ 20 milhões para o consagrado diretor, que costuma aceitar financiamento de países em seus projetos, Chalita respondeu: "Seria um dinheiro bem gasto".

O candidato também foi questionado se a sexualidade e a vida privada de um candidato seria importante em uma campanha. "As pessoas estão preocupadas com gente para resolver as questões de São Paulo", respondeu. A jornalista Barbara Gancia perguntou especificamente se a sexualidade de um candidato não seria algo importante para um adolescente que sofre bullying por ser gay. "Pode ser, se tiver um candidato homossexual que queira dizer que é homossexual, depende de cada um", comentou Chalita, que defendeu a abordagem do sexualidade na sala de aula, mas não com o "Kit Gay", proposto pelo ministério da Educação, na época sob a gestão do candidato petista, Fernando Haddad. "Esse kit não era bom, era estranho. Trabalhar com isso é fundamental, mas tem que tomar cuidado".

O candidato do PMDB que se diz cristão, negou o uso de sua religião na campanha - "é fundamental respeitar o Estado Laico" - e se irritou com Barbara quando a jornalista perguntou se ele daria um "livro de autoajuda" a um pedinte no semáforo. "Não, se eu tiver um livro seu no bolso, posso dar", respondeu o candidato, contrariado. "Vamos nos respeitar intelectualmente", pediu.

No intervalo da sabatina, Gabriel Chalita postou foto do evento no Twitter
No intervalo da sabatina, Gabriel Chalita postou foto do evento no Twitter
Foto: Reprodução / Twitter
Fonte: Terra
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