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Política

SP: após começo quente, candidatos evitam ataques em debate na TV

4 set 2012 - 01h23
(atualizado às 09h08)
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Quem viu apenas o primeiro bloco do segundo debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, organizado pelo jornal Folha de S. Paulo e pela RedeTV!, ficou com a impressão de que a disputa seria quente. Por conta das acusações, houve quatro pedidos de direito de resposta para a comissão analisadora - todos negados. No entanto, após um começo tenso, com perguntas polêmicas e troca de acusações duras, os concorrentes baixaram o tom e preferiram focar em propostas e temas mais amenos. Participaram do debate os candidatos Fernando Haddad, do PT, José Serra, do PSDB, Celso Russomanno, do PRB, Levy Fidelix, do PRTB, Carlos Gianazzi, do Psol, Soninha Francine, do PPS e Paulinho da Força, do PDT.

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O primeiro bloco ficou marcado pela troca de acusações entre o candidato do PMDB, Gabriel Chalita e José Serra, do PSDB. Chalita atacou o ex-correligionário, alegando que o tucano fechou escolas em tempo integral, projeto iniciado quando o peemedebista era secretário estadual de Educação.

"Ninguém fechou nada. O governo começou a ver como poderia colocar as escolas para trabalharem. O tempo integral é importante, e ampliamos as horas", se defendeu Serra. Citando dados, Chalita disse que Serra fechou diversas escolas de tempo integral no Estado. "Isso mostra o descaso com a educação", atacou. O debate se aqueceu mais ainda com a resposta do adversário. "Fico assombrado com a facilidade de Chalita para faltar com a verdade, ele está mentindo na TV. Ele não tem nada para apresentar como curriculo", afirmou o tucano, defendendo suas medidas na área da educação. Chalita aproveitou a resposta que daria a uma pergunta feita por Levy Fidelix para retomar a conversa pouco amena com o tucano. "Quem disse que não conhecia o Paulo Preto não fui eu, quem disse que não sairia da prefeitura não fui eu. Não tenho o histórico de mentiroso", disparou.

Fernando Haddad foi o alvo de Soninha Francine nas primeiras questões da candidata, que, na hora de fazer uma pergunta para o petista, disse apenas: "e o Maluf, Haddad?". Para se defender da polêmica que envolve a aliança, Haddad comparou outros apoios - como por exemplo Russomanno e Roberto Jefferson, Serra e Valdemar da Costa Netto. "Não vejo a política dessa maneira. Faço alianças com partidos políticos, e disse que faria com todos que fossem da base de apoio da presidente Dilma", respondeu, para então ouvir da adversária críticas ao governo de Maluf.

Quem também atacou José Serra, ainda no primeiro bloco, foi Carlos Gianazzi. A discussão acalorada começou quando Serra questionou Gianazzi sobre a distribuição de medicamentos. Gianazzi respondeu ironicamente, dizendo que vai acabar com a "privataria tucana", em uma alusão às denúncias de corrupção em governos do PSDB. "A saúde está falida", continuou o socialista. Criticando a resposta do adversário, Serra elogiou as próprias medidas em gestões anteriores - o que também foi usado como crítica pelo socialista. "É o Serra fazendo mais uma propaganda enganosa para a população de São Paulo", disse Gianazzi em sua tréplica, afirmando que o candidato sempre promete dois professores por sala nas escolas. "Há um abismo entre o discurso do Serra e a realidade em São Paulo. As pessoas têm dificuldade em conseguir remédios. Ele diz que foi o melhor ministro da saúde do planeta, imagino o pior."

Em uma das poucas vezes em que os favoritos fizeram perguntas diretas um ao outro, Haddad questionou Russomanno sobre a proposta petista de implementar o bilhete único mensal. O candidato do PRB disse que, em tese, não é contra a ideia, mas teme que ela não seja viável. "Quero que você me mostre os estudos para que não fiquem fazemos propostas que não serão cumpridas, propagandas enganosas", completou. Em sua defesa, Haddad disse: "seria o último a lançar uma ideia que não fosse executável. A equipe que fez a ideia do bilhete mensal é a mesma do bilhete único, feita por Marta Suplicy".Tom ameno

No segundo e terceiro o bloco, o papel de ataque ficou principalmente nas mãos de Gianazzi e Soninha. No segundo bloco, que contou com perguntas das jornalistas Vera Magalhães e Patrícia Zorzan, Russomanno comentou a possível ligação de seu governo com a igreja Universal do Reino de Deus, evangélica, e disse que a maioria - "80%" - dos religiosos em seu partido são católicos.

Já José Serra foi questionado sobre seu alto índice de rejeição, e afirmou que isso acontece pelo fato de ser o candidato mais conhecido.

No terceiro bloco, os demais candidatos, em especial os favoritos, preferiram dialogar com os postulantes de partidos nanicos. Esta parte foi marcada por respostas quase cordiais. Os candidatos afirmaram estar de acordo com algumas propostas dos demais - como por exemplo Russomanno e Chalita, que querem valorizar a Guarda Civil Metropolitana como alternativa para combater a violência. Levy Fidelix e José Serra se mostraram de acordo com a expansão dos monotrilhos.

Levy também concordou com as alternativas "criativas" de Haddad na saúde, como os moto-médicos, moto-remédios e a ampliação do atendimento em casa. Como os demais candidatos haviam feito anteriormente, Soninha culpou a centralização da oferta de emprego na capital pelo trânsito. Como solução, então, a candidata apontou a criação de linhas expressas, os corredores de ônibus e, principalmente, a geração de emprego longe do centro.

A única exceção aconteceu quando Paulinho da Força questionou o motivo de Russomanno ser contra a obra do estádio do Corinthians, em Itaquera. Russomanno negou ter afirmado isso, e então o candidato do PDT endureceu o discurso.

"Debate é bom por isso. Russoamnno disse que não tem nada com a igreja, e agora disse que não falou isso, está até pondo a culpa nos jornalistas", criticou. "Paulinho, você me desculpe. Tenho respeito por você, mas você não sabe o que está falando. Estive com os engenheiros e parabenizei-os pela obra", treplicou Russomanno, culpando seu bom desempenho nas pesquisas de voto pela suposta manipualação da mídia e dizendo ser "vítima de um massacre".

Os candidatos que disputam a prefeitura de São Paulo participaram do segundo debate na campanha
Os candidatos que disputam a prefeitura de São Paulo participaram do segundo debate na campanha
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Terra
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