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Política

Serra sabe o que faz, diz Yeda sobre "suspense" de tucano

10 mar 2010 - 16h01
(atualizado em 16/4/2010 às 13h43)
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Guilherme Mergen
Direto de Porto Alegre

Um dia após as críticas dos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Pedro Simon (PMDB-RS) à demora de José Serra em anunciar sua candidatura à presidência da República, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, defendeu o comportamento do colega tucano. Em encontro com empresários nesta quarta-feira, em Porto Alegre, a pré-candidata da sigla ao Palácio Piratini disse que Serra "sabe o que está fazendo".

Governadora do RS participou nesta quarta-feira de encontro com empresários
Governadora do RS participou nesta quarta-feira de encontro com empresários
Foto: Governo RS / Divulgação

Para Yeda, o PSDB provocaria uma reação negativa se antecipasse a campanha eleitoral, como tem feito o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a sua candidata, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Nós do PSDB devemos tomar cuidado. Se fizéssemos algo semelhante ao que o PT faz, a reação seria diferente. As pessoas não esperam isso (campanha antecipada) da gente. Serra tem seu tempo. Ele sabe o que está fazendo", afirmou.

Apesar de apoiar a posição de Serra, a governadora admite que a indefinição provoca angústia na maioria dos dirigentes tucanos, principalmente nos Estados, onde os diretórios aguardam o encaminhamento das alianças nacionais para compor as chapas locais. "Certamente, está todo mundo aflito. No entanto, é preciso entender essa decisão do Serra, até porque o PSDB tem entrado com muitas denúncias de campanha antecipada", disse.

Na terça-feira, o senador Tasso Jereissati disse estar convencido de que a estratégia do governador paulista de adiar o anúncio de sua candidatura é prejudicial ao partido. "O nosso trem está atrasado", disse. Também senador, Pedro Simon chamou de "teimosia" a atitude de Serra. "Ele botou na cabeça que só vai falar na última hora, então ele não quer falar", afirmou.

Vitória no 1º turno

Mesmo "atrasada" em relação aos seus adversários na composição de alianças para o pleito de outubro - José Fogaça (PMDB) e Tarso Genro (PT) estão com as chapas praticamente fechadas -, Yeda Crusius acredita que pode se reeleger já no 1º turno. A tucana aguarda a definição nacional para montar a sua coligação. "Já em 2006 - quando venceu Olívio Dutra (PT) no 2º turno -, acreditava que poderíamos ganhar no 1º turno. A disputa de uma eleição acontece no 1º turno", disse.

A expectativa de Yeda contraria as últimas pesquisas eleitorais, que apontam Tarso e Fogaça à sua frente. No entanto, para a tucana, as amostras ainda refletem a seqüência de denúncias e escândalos dos últimos dois anos contra a sua gestão, as quais ela prefere simplificar como "um período difícil". "As pesquisas mostram dados do momento. Vamos convir que, nos últimos dois anos, as notícias sempre foram de denúncias, e nunca sobre o nosso governo, nosso trabalho", disse.

Clima de campanha

Se Yeda defende cautela no cenário nacional, seu comportamento no encontro com empresários associados à Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) nesta quarta-feira mostrou o contrário em âmbito estadual. A tucana está em ritmo de campanha. Além de fazer um "balanço positivo" de seu governo, respondeu a todas as perguntas dos participantes - inclusive uma que a criticava sobre a elevação dos impostos, uma das primeiras atitudes de seu governo, em 2007.

Yeda dedicou a mesma atenção aos jornalistas presentes no encontro. Após dois anos blindada por assessores, ela voltou a manter contato com a imprensa neste ano eleitoral. No final de fevereiro, já havia concedido coletiva no litoral - quando sua pré-candidatura ao Palácio do Piratini deveria ser lançada, mas acabou adiada. No último sábado, também em tom de campanha, recebeu o governador José Serra na Festa da Uva, na serra gaúcha.

Fonte: Redação Terra
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