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Política

RS: Paim diz que buscará votos de adversários para reeleição

15 abr 2010 - 09h41
(atualizado às 09h50)
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Flavia Bemfica
Direto de Porto Alegre

Animado pelo resultado da reunião de líderes partidários na Câmara dos Deputados, que na noite desta quarta-feira resultou em um acordo para votação do reajuste das aposentadorias do INSS que superam um salário mínimo, o senador Paulo Paim (PT), candidato à reeleição, declarou que vai buscar votos dentro dos partidos que estão em alianças adversárias. Além da vitória na reunião, Paim havia recebido pouco antes novo incentivo - na semana passada o ex-governador Alceu Collares, do PDT, abriu seu voto ao senador - em direção ao "segundo voto" dos gaúchos. O deputado Pompeo de Mattos (PDT), candidato a vice-governador na chapa encabeçada por José Fogaça (PMDB) na disputa para o governo do RS, disse ao petista que, se a aliança PMDB/PDT não tiver dois nomes para o Senado, seu segundo voto vai para Paim e ele trabalhará para que os pedetistas repitam o gesto.

A disputa pelas vagas ao Senado está acirrada no RS. Das três que o Estado possui, duas vão ser renovadas nas eleições deste ano. A terceira, ocupada por Pedro Simon (PMDB), somente nas eleições de 2014. No PMDB o pré-candidato da coligação é o ex-governador Germano Rigotto, mas o deputado federal Eliseu Padilha, secretário-geral do partido no RS, ameaça disputar a convenção. No quadro geral, Paim era apontado como franco favorito no início do processo. Seu colega, Sérgio Zambiasi (PTB), decidiu não disputar a reeleição.

Mas o PP, que não terá cabeça de chapa na eleição ao governo, independente da coligação que integrar, já prometeu direcionar suas forças para a eleição da jornalista Ana Amélia Lemos, que vem sendo apresentada pelo partido como a novidade da chapa majoritária. Na última pesquisa realizada pelo Datafolha, Paim (45%) apareceu empatado com Rigotto (46%) em primeiro lugar nas intenções de voto e Ana Amélia (31%) em terceiro. O PT ainda não apresentou um segundo nome e diz reservar a vaga para a negociação com novos aliados. Confira os principais trechos da entrevista do senador ao Terra.

A eleição para o Senado no RS será tão difícil como aquela para o governo estadual?

Nenhuma das disputas será fácil no RS. A eleição para a presidência da República, a do governo e a do Senado, serão todas muito disputadas, difíceis. Mas vejo o quadro com tranqüilidade. Temos diversos candidatos ao Senado. Cada um que apresente seu projeto e sua vida. Eu apresentei 1.300 projetos e estou confiante de que minha posição corresponde aos interesses da sociedade.

Quem então, na sua avaliação, fica com a outra vaga?

Não há como dizer. Não dá para dizer quem vai comigo. Eu diria que os três, os quatro candidatos, eu entre eles, disputam a primeira e a segunda vaga, o primeiro e o segundo voto. Claro que quero os segundos votos para mim também. Já há muitos setores do PP que dizem que seu segundo voto será meu. No PDT ocorre a mesma coisa e até no PMDB. Não posso dizer os nomes para não causar constrangimentos, mas há lideranças do PMDB em Brasília que já me confirmaram não só o seu segundo voto, mas o de seus familiares também.

A indefinição do PMDB quanto ao Senado prejudica o candidato ou os candidatos do partido?

A esta altura do campeonato as pessoas querem saber quem são os candidatos. No RS, historicamente, para o Senado é um candidato de cada coligação, porque a tendência do cidadão gaúcho é votar em dois candidatos de coligações diferentes.

Para o PT também não interessa apresentar dois nomes fortes para a disputa ao Senado?

Não digo que só o meu nome é forte, não vou desmerecer ninguém. Mas é claro que dois nomes é complicado dentro do partido.

Então, no PT, só o senhor será candidato ao Senado?

A tendência na política de alianças é de que a outra vaga seja dada a outro partido. A de vice também. Caso contrário não é política de alianças.

PT e PMDB são adversários na disputa ao governo do Estado e ao Senado. Muitas lideranças do PMDB asseguram que se a candidatura própria à presidência da República não vingar, os peemedebistas gaúchos vão optar por José Serra (PSDB). O senhor acredita que o PMDB possa oferecer palanque para Dilma Rousseff (PT) no RS?

Eu acho sim que é possível a Dilma estar nos dois palanques (PT e PMDB) no RS. Como ela terá o apoio do PMDB, que deve indicar seu vice, isso é natural. A política de alianças nunca contenta cem por cento. A maioria do PMDB vai entender que não tem como não abraçar a candidatura da Dilma.

Fonte: Especial para Terra
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