RR: empresário acusado de comprar votos pode ter morrido em acidente
- Cyneida Correia
- Direto de Boa Vista
A queda do avião do empresário da aviação Vibaldo Nogueira Barros, em Roraima, e a existência de um corpo carbonizado dentro da aeronave, no dia 25 de setembro, está sendo investigada pela Polícia Federal (PF). Um exame de DNA irá confirmar se o cadáver é do próprio Barros, acusado de participar de um esquema de compra de votos no interior do Estado durante as eleições de 2010.
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Vivi, como é conhecido, é investigado pela PF depois que mensagens enviadas e recebidas ao governador Anchieta Júnior (PSDB), que concorreu à reeleição no ano de 2010, foram descobertas e levantavam suspeitas de fraude. Também estariam implicados na investigação o chefe da Casa Militar do governo de Roraima, coronel Edison Prola, e o na época secretário extraordinário Marcelo Moreira (PSDB), que concorre ao cargo de vice-prefeito na chapa liderada pela candidata à prefeitura de Boa Vista Teresa Surita (PMDB).
Em uma das mensagens enviadas ao governador, o empresário informa que em Santa Maria do Boiaçu, localidade situada na região do Baixo Rio Branco, no sul do Estado, existem 40 votos, e afirma que custam R$ 4 mil. O texto foi enviado dia 30 de outubro de 2010, às 19h55, na noite anterior ao segundo turno das eleições. Já no dia 23 de outubro, ele enviou mensagem ao governador afirmando: "foi muito bom hoje".
O Ministério Público de Roraima está acompanhando o caso. "Nada que ficar nebuloso para a sociedade será aceito pelo Ministério Público do Estado", disse o promotor Madson Wellington Batista Carvalho.
O senador por Roraima Mozarildo Cavalcanti (PTB) protocolou ofício junto ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando ajuda do governo federal no caso. "É fundamental a presença da Polícia Federal no caso trabalhando pelo menos em uma investigação paralela", destacou.
Além do crime eleitoral, Vivi é acusado de promover licitações milionárias para contratar voos em período eleitoral e de mandar matar, no ano passado, o também empresário do ramo da aviação, Francisco Mesquita. O acusado chegou a ser preso em uma cela especial dentro do Comando de Policiamento da Capital (CPC), mas fugiu da detenção.
Acidente com avião
A Polícia Federal mandou realizar em Brasília um exame de DNA que poderá confirmar se o cadáver carbonizado, encontrado no avião monomotor Cessna 210, prefixo PT-KSB, que caiu no meio de um canavial, no Município do Cantá, é mesmo de Vivi.
O delegado titular da Polícia Civil do município do Cantá, Maique Evelin Pereira, que chegou a abrir o inquérito policial para investigar o caso, afirmou que "O avião fez um pouso forçado, mas não explodiu".
Evelin foi afastado do caso pelo delegado-geral, Fernando Edson Olegário. A justificativa é que o assunto teria gerado grande repercussão, por isso o delegado João Luciano, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI), assumira as investigações.