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Política

Rio: na TV, Paes exalta gestão; Freixo usa Chico Buarque

22 ago 2012 - 14h24
(atualizado às 14h39)
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

Foi ao ar no início da tarde desta quarta-feira a primeira propaganda eleitoral gratuita envolvendo os oito candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro. E como já havia sido adiantado pelos coordenadores de campanha, os dois primeiros colocados nas pesquisas de opinião pública tomaram caminhos bastante distintos na interlocução com os eleitores.

Ex-presidente Lula destacou a aliança entre governos federal, estadual e municipal, reforçando o apoio à candidatura de Paes à reeleição
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Foto: Divulgação

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Enquanto Eduardo Paes (PMDB) usou com bastante calma o longo tempo a que tem direito para exaltar sua própria administração, com uma breve introdução do ex-presidente Lula, Marcelo Freixo (Psol) preferiu se apresentar ao público eleitor com uma apresentação de seu currículo profissional, referendado pelo músico Chico Buarque.

Dono de mais da metade do programa (16min17s), já que a coligação "Somos Um Rio" possui vinte partidos no total, Paes exaltou os feitos de sua administração por meio de personagens que vivenciaram algumas das melhorias na capital fluminense, por mais que a primeira imagem tenha sido do ex-presidente Lula, dizendo que "qualquer cidadão, do Oiapoque ao Chuí, tem um pouco de carioca".

Com intervenções curtas e pontuais para tratar de seu cronograma de governo, o peemedebista chegou até a atuar como entrevistador de alguns moradores retirados de áreas de risco, dentro do programa Bairro Carioca, que hoje, de acordo com a propaganda, "formam famílias que hoje veem um novo Rio nascer". Foram 20 mil casas entregues, três vezes mais que a gestão anterior, do ex-prefeito Cesar Maia, de acordo com o anúncio.

Somente após os quatro primeiros minutos de programa que o atual prefeito deu as caras para falar do programa Cegonha Carioca. "As futuras mães sabem com antecedência onde seus filhos vão nascer, com todos os exames pré-natais e ajuda para o enxoval", enfatizou o prefeito, que prometeu mais dois mil profissionais para a área da saúde, e abordou ainda o projeto Morar Carioca, de melhorias de infraestrutura que, segundo promessa do atual prefeito, chegarão a mais 100 comunidades do Rio de Janeiro.

Currículo profissional e familiar

Na outra ponta da disputa, Marcelo Freixo (Psol) usou seu curto programa (1min22s), o menor de todos os candidatos, para se apresentar aos eleitores, primeiramente, com seu currículo profissional ao dizer que já foi professor de história, chefiou a CPI das Milícias, em 2008, e foi reeleito deputado estadual em 2010 com mais de 170 mil votos. "A segunda maior votação da história", enfatizou. "Agora o desafio é a Prefeitura", completou

Na sequência, apresentou seus familiares, mas, ao contrário das inserções na programação, não levou ao ar cenas do filme Trope de Elite 2, película cujo um dos personagens principais da trama foi inspirado em sua luta por direitos humanos. Coube, então, ao músico Chico Buarque, o primeiro de uma legião artística que deve gravar depoimentos para Freixo, afirmar que "há muito tempo que não me empolgo tanto com um candidato. Marcelo Freixo é um sonho possível. Eu fecho com o Freixo".

Sem ataques diretos neste início

Com um discurso mais lento que os demais candidatos, Rodrigo Maia (DEM) passou longe das críticas a atual gestão do prefeito Eduardo Paes, a exemplo do que fez o também deputado federal Otávio Leite (PSDB). Maia apresentou sua história de família, com depoimentos da esposa e das filhas, além, claro, do próprio pai, o ex-prefeito César Maia. "Ele é muito mais ouvinte, é muito paciente", disse sobre o filho.

Clarissa Garotinho, candidata a vice na chapa, pelo PR, na aliança que juntou duas posturas completamente antagônicas do histórico político fluminense, seguiu a mesma linha em seu também curto depoimento: "o Rodrigo Maia é uma pessoa de diálogo, que ouve muito e aceita sugestões. É uma pessoa que eu percebo que conhece bem a cidade". Por fim, o próprio candidato falou: "Não sou artista, sou político. Como prefeito, quero mudar a vida das pessoas".

Otávio Leite, por sua vez, usou e abusou dos grandes nomes da política do PSDB em seu primeiro programa eleitoral. Logo de cara, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que "Otávio Leite conhece o Rio, sabe o que fazer". Em seguida, veio o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: "Ele defende hoje os interesses do Rio de Janeiro no Brasil". Por fim, o senador Aécio Neves: "É um bom exemplo de que na vida pública existem pessoas sérias e que amam a sua cidade".

Aspásia Camargo (PV) fez rápida introdução de sua vida pública como ambientalista reforçando o seu discurso de sustentabilidade. Fernando Siqueira (PPL) disse que "trocam-se os prefeitos e a cidade não deslancha". Antônio Carlos (PCO) afirmou que "estas eleições que não devem ser levadas a sério pelos trabalhadores", enquanto que Cyro Garcia (PSTU), candidato que encerrou o programa, explicou que "falta salário no fim do mês, escola de qualidade e a saúde está um caos".

Fonte: Terra
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