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Política

Por acordo em Curitiba, Richa manda candidato do PSDB desistir

30 jun 2012 - 18h13
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Carlos Ohara
Direto de Campo Mourão

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pediu por telefone a desistência do pré-candidato de seu partido em Campo Mourão, município a 428 km de Curitiba. Ex-presidente do Instituto de Águas do Paraná (Ipaguás), Márcio Nunes deixou o cargo há um mês para disputar a eleição por orientação do próprio governador, segundo sua versão.

Governador do Paraná teria aceitado apoiar pré-candidato do PPS no interior para garantir vice de Ducci
Governador do Paraná teria aceitado apoiar pré-candidato do PPS no interior para garantir vice de Ducci
Foto: ANPR / Divulgação

A decisão de Richa, de acordo com relato de Nunes, atendeu a uma reivindicação do deputado federal Rubens Bueno (PPS). Para aceitar concorrer como candidato a vice na chapa encabeçada pelo prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), Bueno teria incluído no pacote de negociações o apoio de Richa ao candidato do PPS, Tauillo Tezelli, em Campo Mourão. Durante a convenção do PPS na cidade, realizada na noite de quinta-feira, Bueno disse que o apoio de Richa não estava pautado nas negociações, mas adiantou que "o Tauillo, com certeza, será o candidato do governador".

A determinação de Richa surpreendeu Nunes. Na sexta-feira o até então pré-candidato esteve em Curitiba com o agropecuarista Nery Thomé (DEM), que seria seu pré-candidato a vice. Os dois retornaram da capital paranaense com a certeza que a coligação contaria com apoio do governador.

O telefonema de Richa, realizado na noite de sexta-feira, provocou a desistência do pré-candidato do PSDB e desarticulou convenções de vários partidos na cidade que deveriam referendar o tucano como candidato de uma coligação que envolvia DEM, PMDB, PTN, PP, PT do B, PHS e PMN.

"Clima de velório"

Apesar de acatar a decisão de Richa, Nunes disse ter ficado abatido. O sentimento do tucano se espalhou como efeito dominó nas convenções dos partidos que o apoiariam e realizam convenções no dia de hoje. A própria convenção do PSDB foi esvaziada, com um número pequeno de presentes. "Isto aqui está um clima de velório", disse Nunes ao chegar ao local.

O tucano disse que o partido deve ir para as eleições apenas com "chapa pura" de vereadores. No entanto, vários pré-candidatos à câmara não compareceram à convenção e outros afirmavam que deveriam deixar a disputa. Nunes liberou os que mantiverem a candidatura a apoiar os candidatos a prefeitura que desejarem.A mesma posição deve ser adotada pelo DEM.

O PMDB e os demais integrantes da coligação tucana devem aguardar até o final da noite para definir o futuro político. Membros da coligação já estariam procurando o atual prefeito Nelson Tureck (PSD) para tentar entrar na coligação encabeçada pelo PR que terá a atual vice-prefeita Regina Dubay como candidata, adversária da coligação formada pelo PPS. Márcio Nunes deverá voltar a assumir a presidência do Ipaguás, no próximo dia 30, a pedido do governador, segundo informou.

Fonte: Especial para Terra
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