PUBLICIDADE

Política

PMDB de Curitiba se divide entre chapa própria e apoio a Ducci

26 mai 2012 - 12h34
Compartilhar
Roger Pereira
Direto de Curitiba

O ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMDB) já fez o lançamento oficial de sua pré-candidatura, com o apoio do senador Roberto Requião e a presença do presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp, mas ainda luta contra uma grande resistência interna para se consolidar com o nome partido para as eleições de outubro. Liderados pelo atual secretário estadual do Trabalho, Luiz Claúdio Romanelli, 11 dos atuais 12 deputados estaduais do partido defendem que o PMDB abra mão da candidatura própria e apoie a reeleição do atual prefeito da capital paranaense, Luciano Ducci (PSB).

Ex-prefeito Rafael Greca (em pé) participa de evento com o senador Roberto Requião (de azul), em Curitiba
Ex-prefeito Rafael Greca (em pé) participa de evento com o senador Roberto Requião (de azul), em Curitiba
Foto: Diretório Regional do PMDB / Divulgação

A disputa é muito maior que a simples conveniência eleitoral (Greca aparece com apenas 7% das intenções de voto, enquanto Ducci tem 16%, na única pesquisa eleitoral registrada neste ano - Ibope/CBN, de 7 de abril) passando por questões ideológicas e, até, disputa pelo comando do partido. Apoiando Osmar Dias (PDT) na eleição para o governo do Estado em 2010, o PMDB foi derrotado pelo grupo do governador Beto Richa (PSDB), apesar de ter eleito a maior bancada na Assembleia e conduzido Requião (ex-governador) ao Senado.

Mas, já nos primeiros meses de governo tucano no Paraná, os 11 deputados em questão aderiram à bancada governista, com direito até a indicar o secretário do Trabalho, mudança de lado que nunca foi oficialmente aceita por Requião. Agora, na disputa eleitoral, os mesmos deputados manifestam apoio a Ducci, sucessor de Richa na prefeitura da capital.

Entre os argumentos da ala pró-Ducci está o fato de, enquanto Greca ser um recém-chegado no PMDB, vindo do grupo político de Jaime Lerner e Beto Richa, Ducci, mesmo no cargo de vice-prefeito de Richa, contrariou o então prefeito e apoio Requião nas eleições estaduais de 2006. "Não temos divergências com Ducci e é preciso recordar que ele esteve ao nosso lado e desempenhou papel fundamental na eleição de Requião a governador. Pela prática e pela história nos representa muito mais do que Greca", disse o deputado Alexandre Curi. "Escreva aí. O PMDB vai apoiar Ducci e eu vou ser o candidato a vice-prefeito", disse o deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior.

Mantendo-se irredutível, Requião disse que os deputados que defendem a aliança são pessoas "sem ambição, sem proposta, sem rumo, sem norte, que querem utilizar o partido para alianças fisiológicas e não para a transformação da sociedade". Segundo o senador, abrir mão da candidatura própria em Curitiba é abrir mão de disputar o governo do Estado em 2014.

Lançado oficialmente como pré-candidato no último dia 10, Greca diz que a opinião dos deputados não representa o desejo da base do partido. "Estas notícias não refletem o pensamento do PMDB. Fizemos uma convenção onde estas pessoas tiveram apenas 4 votos e nos tivemos 699 votos. O colégio eleitoral do partido é totalmente a favor de nossa candidatura e contra o atual modelo de governo adotado na cidade", argumenta.

O prefeito Luciano Ducci (PSB) afirmou que espera o apoio do PMDB na campanha à reeleição em Curitiba. Mas deixou claro que não vai procurar o pré-candidato do partido, o ex-prefeito Rafael Greca, para convencê-lo a desistir da candidatura. Disse que a decisão cabe ao senador Roberto Requião (PMDB) e aos convencionais peemedebistas. "Temos várias pessoas no PMDB apoiando nossa candidatura. O partido tem uma grande militância, que vai somar muito na campanha. Mas não me cabe procurar o Rafael Greca. Cabe aos convencionais e às lideranças decidir", completa.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade