PDT acusa Dilma de quebrar acordos e apoia Serra em SP
- Marina Novaes
- Direto de São Paulo
Embora integre a base de apoio do governo federal, o PDT decidiu apoiar, em São Paulo, a candidatura de José Serra à prefeitura, ignorando o apelo do PT que tentou atraí-lo para a aliança com o candidato Fernando Haddad. De acordo com o presidente estadual da legenda, o deputado federal Paulinho da Força, que, no primeiro turno ficou em sétimo lugar, com 0,63% dos votos, o apoio é um recado à presidente Dilma Rousseff (PT), que, segundo ele, quebrou as promessas e acordos fechados com a legenda durante a campanha.
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"Tínhamos uma série de compromissos com a presidente Dilma que não foram cumpridos, como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, (...) e até hoje ela nos recebeu só duas vezes. Não cumpriu os acordos, então a gente cansou dessa história de ser enrolado pelo governo", disse o deputado, após formalizar a aliança com o candidato tucano.
Paulinho negou que o PSDB tenha oferecido cargos na prefeitura em troca de apoio, e disse que a aliança foi feita por conta da decepção com o governo federal. "Porque se você dá a principal cidade do país ao PT, eles vão sentir que não precisam de ninguém", continuou.
O presidente estadual do PDT não descartou, porém, voltar a apoiar o PT no futuro, caso o governo cumpra as pautas apresentadas, e disse que a aliança no Estado não afeta a relação do PDT com o governo federal.
"(A relação com o governo federal) Fica numa boa. Eu conversei com o Carlos Luppi (presidente nacional do PDT), ele sabe que nós temos liberdade para apoiar outra candidatura, mas ele pensa diferente", afirmou.
Segundo Paulinho, vários dirigentes petistas o procuraram para dissuadi-lo da ideia, mas ele não atendeu às ligações.
"Fui procurado por vários membros do PT, inclusive pelo Fernando Haddad, mas não atendi. (...) Não atendi, porque o que adianta atender o PT se eles depois não cumprem o que prometem?", alfinetou o deputado, que em 2008 apoiou a candidatura da petista Marta Suplicy, atual ministra da Cultura e ex-prefeita da capital paulista.
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