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Julgamento do Mensalão

Osasco ainda tem eleição indefinida mesmo após apuração dos votos

7 out 2012 - 21h47
(atualizado às 21h52)
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Gustavo Gantois
Direto de Brasília

Com a apuração concluída a favor do petista Jorge Lapas, a eleição em Osasco (SP) reflete o quadro de indefinição causado pelo julgamento do mensalão. Dos 543.223 votos registrados neste domingo, Lapas recebeu 138.435. Poderia ser declarado prefeito eleito em primeiro turno, não fosse a candidatura do tucano Celso Giglio estar impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), que o enquadrou na Lei da Ficha Limpa, com base na rejeição, pela Câmara Municipal, das contas da administração 2000-2004, a última do ex-prefeito à frente de Osasco.

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A última pesquisa do Ibope para a cidade, divulgada no dia 13 de setembro, apontava Giglio com 39% das intenções de votos, Lapas com 12% e o candidato do PSD, Osvaldo Vergínio, com 13%. Após a apuração das urnas, Lapas aparece com 60,03% dos votos válidos e Giglio com 0% -- isso porque o tucano apresentou recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguarda decisão em definitivo.

A indefinição guarda surpresas para o eleitor. Dos mais de 500 mil votos no município, 188.992 (42,03%) foram declarados nulos. A rigor, nem todos são. Isso porque os eleitores que escolheram o tucano tiveram seus votos separados até que o TSE se pronuncie definitivamente sobre o caso. De acordo com o TRE, o tucano obteve 119.985 votos.

Após o julgamento dos recursos, caso haja alteração na situação, os votos serão validados e ocorrerá a retotalização dos resultados, o que poderá causar alteração nos dados já divulgados. Com isso, Giglio poderia arrancar um segundo turno ou até mesmo emplacar a eleição no primeiro turno, levando em conta a pesquisa anterior à eleição.

Mensalão

Osasco foi a cidade mais abalada pelo julgamento do mensalão. O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) foi obrigado a renunciar à sua candidatura após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Com a desistência, o então vice-candidato Jorge Lapas assumiu a cabeça da chapa.

Na mesma sondagem do Ibope, 70% dos eleitores de Osasco disseram rejeitar dar o voto a pessoas apoiadas por João Paulo. Em meio à crise ética, o PT passou a vincular a imagem de Lapas à da presidente Dilma Rousseff, apostando no perfil técnico e gestor. Lapas, defenderam os petistas, foi para o prefeito Emídio de Souza o que Dilma foi para Lula.

O TSE informou que os votos destinados a candidatos impugnados serão divulgados nesta segunda-feira, após a totalização das urnas. No entanto, ainda que os números indiquem uma virada a favor de Celso Giglio, Jorge Lapas poderá assumir a prefeitura caso o TSE não julgue o recurso do tucano até a diplomação, marcada para o dia 17 de dezembro.

Fonte: Terra
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