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Política

Na reta final da campanha, debate esquenta clima em Curitiba

2 out 2012 - 02h28
(atualizado às 02h31)
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Roger Pereira
Direto de Curitiba

O terceiro debate entre os candidatos à prefeitura de Curitiba foi bem mais quente que as duas edições anteriores. Com um formato que privilegiou o confronto direto entre os participantes, o debate organizado pela RICTV - afiliada da Rede Record no Paraná - teve momentos de ataques e críticas entre praticamente todos os cinco candidatos.

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A uma semana da eleição e com quatro candidatos acreditando ainda terem chance de chegar ao 2º turno, os postulantes à prefeitura da capital paranaense até falaram sobre suas propostas, mas abusaram das perguntas que fizeram entre si para tentar constranger ou criticar os adversários. E, desta vez, não foi só o prefeito Luciano Ducci (PSB), candidato à reeleição, o alvo dos ataques.

O próprio Ducci, que teve uma postura mais defensiva nos debates anteriores, promovidos pela Rede Bandeirantes e pela CNT, já partiu para o ataque logo na primeira pergunta. Criticado durante o horário eleitoral do candidato Rafael Greca (PMDB) sobre um suposto superfaturamento da obra de uma ponte estaiada que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa, o prefeito pediu para que Greca provasse onde estava o superfaturamento.

O peemedebista não provou o superfaturamento, mas criticou o valor da obra, R$ 95 milhões, e mudou de assunto criticando Ducci pelos problemas na saúde, citando nome e sobrenome de pessoas que morreram ou tiveram dificuldade de ser atendido pelas unidades da prefeitura. "Você se diz guardião da vida, explique a morte do músico que ficou 37 horas esperando atendimento, da dona de casa que caiu e ficou uma hora no chão esperando a ambulância e acabou sendo levada por carro particular, ou do corpo que ficou quatro dias apodrecendo no posto de saúde", declarou Greca.

Na réplica, Ducci chamou Greca de irresponsável, "primeiro por não responder minha pergunta, porque não há superfaturamento em nenhuma obra da prefeitura, e, segundo, por explorar eleitoralmente a dor alheia".

Greca, sempre o mais polêmico nos debates, ainda discutiu com Ratinho Júnior (PSC) e Gustavo Fruet (PDT). Perguntado por Ratinho sobre sua proposta para a saúde, o candidato do PMDB respondeu que, "jamais será colocar um ônibus com mutirão de especialistas para percorrer a cidade, que você está propondo. Isso é uma coisa horrorosa, um desrespeito ao ser humano, que precisa de oito novos centros de especialidades". Para Fruet, Greca tentou aplicar uma pegadinha, perguntando o que o candidato faria com quatro rios específicos da cidade, e dizendo, na réplica que dois deles já estacam canalizados, um ainda precisava ser feito e um quarto era impossível de se fazer por questões geográficas. "Não entrei nessa campanha para pegadinha, para tentar acertar no erro do adversário. Você devia entender que quem já teve oportunidade deve reconhecer quando passou o tempo", disse Fruet, lembrando que Greca foi prefeito da cidade entre 1993 e 1996.

Terceiro colocado nas pesquisas e apostando nesta última semana para tentar passar Luciano Ducci ou Ratinho Júnior, Fruet foi para o ataque contra seus dois adversários. Ao discutir habitação com Ducci, e ouvir do atual prefeito a promessa de que, se reeleito, entregará moradia para mais 12 mil famílias, priorizando as que hoje residem em áreas de risco, Fruet disse: "você já teve a oportunidade de fazer o que esta prometendo agora, mas não fez porque criou a secretaria de Habitação apenas para colocar lá um deputado estadual, curar da depressão e abrigar mais um partido em seu governo".

Com Ratinho, o pedetista foi ainda mais duro. "Você que fala tanto em independência, gostaria que falasse como votou no Congresso no aumento dos salários dos deputados, no aumento do número de vereadores, na CPMF, que postura tomou no mensalão", foi a pergunta que fez ao candidato do PSC. "Caráter não se mede pela resposta das pessoas, mas pela pergunta", disse Ratinho ao iniciar sua resposta, para depois dizer que votou sim a favor da CPMF "porque considero uma irresponsabilidade tirar da saúde R$ 40 bilhões, como você fez com o seu voto só porque era de oposição ao presidente Lula".

Já Fruet rebateu dizendo que votou contra a CPMF tanto na administração de Luiz Inácio Lula da Silva quanto no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "porque entendo que era prejudicial ao brasileiro, tendo um efeito brutal na economia". Fruet disse ainda que "caráter se constrói com atitude, voltei de Brasília de mãos limpas, sem concessão de TV e sem cargos no governo federal. Isso é independência". Ratinho, na tréplica atribuiu o "destempero irreconhecível do candidato" às pesquisas eleitorais. "A prova que sou independente foi que contrariei meu partido e minha bancada e votei em você para a presidência da Câmara", concluiu.

Também teve embate entre os primeiros colocados nas pesquisas, Ratinho e Ducci. O candidato do PSC perguntou se o socialista sabia a atual demanda de vagas de creche na cidade, uma vez que em três entrevistas, deu três números diferentes, 7 mil, 9 mil e 15 mil vagas.

"Não só sei como já temos planejado para o ano que vem mais 5 mil vagas. E vamos zerar até o fim do mandato. São 7 mil vagas de 0 a 3 anos e 8 mil de 4 e 5 anos. Sei onde serão as creches, de onde virão os recursos, inauguraremos 22 ano que vem. Minhas propostas não são irreais são condizentes com o orçamento da cidade", respondeu Ducci. "Tem candidatos fazendo propostas vou zerar o que faltar, sem dizer da onde vem o dinheiro. Isso é irresponsabilidade. Eu sei onde colocar, não fico fazendo propostas sem base orçamentária", acrescentou o candidato à reeleição. "Uma cidade que destina R$ 120 milhões para um instituto terceirizado de informática e R$ 180 milhões para o gabinete do prefeito, tem dinheiro para zerar a demanda por creche e deixar todas as unidades abertas até às 19h", replicou Ratinho.

O candidato do Psol, Bruno Meirinho, também fez suas críticas aos adversários. Disse que Curitiba está privatizando todos seus serviços, como transporte, cultura, lixo, ficando refém das empresas e transformando "a cidade que deveria ser o cenário dos encontros no cenário das negociatas". Meirinho ainda tentou constranger Ratinho Júnior perguntando por que não viu o candidato na Parada da Diversidade, realizada domingo, uma vez que Ratinho já foi criticado por posições contra os direitos dos homossexuais, o que vem sistematicamente desmentindo em entrevistas e debates.

Os candidatos voltam a se enfrentar no último debate antes do primeiro turno na quinta-feira, na RPCTV, afiliada da Rede Globo.

Com quatro candidatos disputando ida ao 2º turno, debate da Rede Record esquentou a disputa em Curitiba
Com quatro candidatos disputando ida ao 2º turno, debate da Rede Record esquentou a disputa em Curitiba
Foto: Franklin Freitas / Divulgação
Fonte: Terra
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