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Política

MG: não vou trazer o mensalão para a campanha, diz Aécio

27 jul 2012 - 18h40
(atualizado às 19h56)
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O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que seu partido não utilizará o julgamento do mensalão como parte da agenda eleitoral. Durante evento da campanha de reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), na tarde desta sexta-feira, Aécio negou que pretenda utilizar o caso na campanha da capital mineira.

"Não vou trazer a questão do mensalão para a campanha. Nem acho que devemos trazer", disse Aécio. "O STF tem a partir de sua composição, toda capacidade de fazer um julgamento técnico, sem se submeter a qualquer tipo de pressão. É o papel do Supremo, julgar, absolver ou condenar", completou.

Aécio disse que defendeu essa postura dentro da legenda. "Eu tenho dito aos meus companheiros do PSDB: 'Vamos deixar que o Supremo (Tribunal Federal) cuide do mensalão, vamos cuidar das eleições'", enfatizou o parlamentar.

Sobre o peso político do julgamento do mensalão nas urnas, o senador tucano ainda respondeu que não conseguiria avaliar, até por ver "contradição" entre as defesas dos réus.


O mensalão do PT

Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (

PTB

) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio

Lula

da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, o ministro Joaquim Barbosa apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa. .

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia. .

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. .

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson. .

Fonte: Terra
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