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Julgamento do Mensalão

Lula: "no nosso governo as pessoas são julgadas, no deles não"

27 set 2012 - 22h58
(atualizado às 23h59)
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Renan Truffi
Direto de São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou nesta quinta-feira o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, que segundo ele, "tenta vincular" o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) ao candidato do PT, Fernando Haddad. Lula pediu que a militância "tenha orgulho" e disse que no governo do PSDB os casos de corrupção não eram "apurados".

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"Aquele mesmo senhor que ofendeu a Dilma até onde ninguém jamais tentou ofender, agora está ofendendo o Haddad. Ou seja, tentando baixar o nível da campanha, tentando vincular o julgamento do processo que está na Suprema Corte. Tem que ter orgulho. No nosso governo as pessoas são julgadas e apuradas. No deles, não", afirmou em referência a Serra.

Lula ainda disse que houve compra de votos no Congresso Nacional quando o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu aprovar uma emenda que permitia sua reeleição. "Não podemos esquecer que o procurador geral da República no tempo dele era chamado de engavetador. Não podemos esquecer a compra de votos para conseguir a reeleição. Sintam orgulho porque se tem uma coisa que nós fizemos foi criar instrumentos para combater a corrupção", afirmou.

As declarações foram dadas em encontro com bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) em um campus da Uninove, na Barra Funda, região oeste da capital paulista. Aproximadamente 500 pessoas, entre estudantes e filiados, estavam no auditório da universidade para ouvir o ex-presidente. Por causa disso, ele ainda pediu que os universitários ajudem a fazer o 'milagre da multiplicação", já que Haddad disputa com Serra pelo segundo lugar no segundo turno das eleições municipais.

"O que eu acho que está faltando, eu não quero que vocês percam um minuto de estudo, mas tem uma coisa que só nós podemos fazer. É o trabalho que somente um militância comprometida pode fazer. A gente tem que, a partir de amanhã, usar cada hora vaga nossa como oportunidade. Temos que convencer. Cada um de nós tem que visitar cada sala, cada rua, e tentar mostrar que não é possível (Haddad perder), porque Deus não dá candidato com essa qualidade para cuidar da cidade toda hora. Faltam nove dias, podemos fazer o milagre da multiplicação", argumentou.

Apesar da onda de ataques de ambas as campanhas, Lula pediu a Haddad para "não baixar o nível" da eleição em São Paulo. O ex-presidente lembrou que perdeu várias disputas pelo cargo antes de chegar à presidência e argumentou que a corrida eleitoral serve para "politizar a sociedade".

"Não entre no jogo rasteiro de determinando candidato. Não baixa o nível. Uma eleição a gente perde, outra a gente ganha. Nunca dá empate. Eu perdi três eleições, mas, de cada uma, saí de cabeça erguida. Uma campanha serve para a gente pedir voto, mas serve também para a gente politizar essa sociedade", defendeu.

No entanto, antes do início da fala de Lula, um estudante protestou sozinho contra o escândalo do mensalão. Ele usou um cartaz onde estava escrito: "o PT do Lula é do mensalão". O jovem foi vaiado e incitado a deixar o local. Questionado sobre o episódio, o ex-presidente se limitou a dizer que também já tinha usado cartaz para protestar quando era sindicalista.

"Vai estudar"

Haddad foi o último a falar aos universitários, mas cometeu uma gafe. O candidato tentou ironizar o senador Aécio Neves (PSDB-SP) sobre sua vontade de ser presidente da República e mandou o tucano "estudar". "Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro, pode ler na praia de Copacabana. Ninguém vai achar ruim. Tem que apresentar um projeto melhor e não ficar torcendo para (o outro) dar errado, torcendo para uma crise internacional", disse, sem se lembrar que Lula se orgulha por ter chegado ao cargo sem ter diploma de graduação.

Antes de pedir votos aos jovens, o ex-ministro da Educação comparou Serra com Celso Russomanno, candidato do PRB, já que ambos ainda não apresentaram um programa de governo. "O Serra e o Russomanno têm em comum a falta de humildade diante do problema. É não reconhecer que o problema é sério demais. Aí você tem uma chance de mudar São Paulo. O que eu peço a vocês é trabalhar nestes dez dias para trabalhar por uma ideia", disse.

"Tem que ter orgulho, no nosso governo as pessoas são julgadas e apuradas. No deles não", afirmou em referência a Serra
"Tem que ter orgulho, no nosso governo as pessoas são julgadas e apuradas. No deles não", afirmou em referência a Serra
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Fonte: Terra
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