Haddad ouve lamentos e promete reduzir população de rua
- Dassler Marques
- Direto de São Paulo
"Já fui chamada de travesti, sapatão e vagabunda". "Não há respeito à Lei Maria da Penha". "A Guarda Civil Metropolitana já levou minhas coisas no meio da noite". Essas foram algumas das reclamações feitas por Kelly, uma das líderes do Movimento Nacional da População de Rua, nesta segunda-feira. Em data importante para o MNPR, três candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram de evento promovido no centro da capital.
As reclamações de Kelly, em meio a muitas lágrimas, atingiram sobretudo a Fernando Haddad, do PT, por ela recepcionado - Soninha Francine, do PPS, e Carlos Gianazzi, do PSOL, completaram os candidatos que acompanharam as reivindicações dos moradores em situação de rua. Haddad, o primeiro a discursar, fez promessas aos presentes.
"Vamos fixar uma meta para o primeiro trimestre de 2013. Vamos ver esse quadro e firmar uma meta para o governo e vamos prestar contas após um ano. Isso é uma questão de honra", afirmou Haddad. "Nos comprometemos a observar a legislação e criar projetos. Não vamos conviver com essa realidade sem fazer nada. O Lula (ex-presidente) abriu o Palácio do Planalto a todos, sem distinção".
Haddad citou, além de Lula, também a atual presidente Dilma Rousseff e a ex-prefeita Marta Suplicy, todos do PT. "Isso nada mais é do que cumprir a lei e esses decretos foram assinados pela Marta e pelo Lula", afirmou.
O candidato petista ainda prometeu reuniões com a Guarda Civil para a diminuição da violência contra os moradores em situação de rua. "Nossa sociedade não tolera a violência. São Paulo acolhe imigrantes de todo o Brasil e do mundo, é uma cidade que respeita a diversidade".
População de rua quase dobrou em 11 anos
De acordo com dados dos organizadores do evento, a população de rua em São Paulo passou de 8708, em 2000, para 14478, em 2011. Em discurso aos três candidatos, eles reivindicaram, entre outras coisas: orçamento específico para os moradores em situação de rua, projetos de moradia permanente, políticas de saúde e educação.