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Política

Haddad assina documento e provoca Serra: vou cumprir os 4 anos

17 out 2012 - 11h14
(atualizado às 11h23)
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Fernando Haddad (PT), que disputa a prefeitura de São Paulo com José Serra (PSDB) neste segundo turno, assinou, ao vivo, um documento dizendo que não deixará a prefeitura antes do término do mandato, durante entrevista à rádio CBN nesta quarta-feira. O petista também disse estar "tranquilo" com o kit anti-homofobia, tema que tem ganhado espaço nesta fase da campanha, além de comentar o mensalão e falar sobre suas propostas, como a criação do Arco do Futuro e a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus.

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Haddad disse que não há "nenhuma hipótese" de deixar a prefeitura antes do término de seu mandato e que vai cumprir os quatro anos caso eleito, e concordou em assinar um documento comprovando a promessa no estúdio em que concedia a entrevista. Haddad aproveitou o pedido feito pelo colunista Gilberto Dimenstein para atacar Serra, que deixou o cargo na prefeitura para disputador o governo do Estado, o que é usado pelos petistas para atacar o tucano na campanha. "Nem a assinatura de um político é considerada. Só a palavra devia bastar", afirmou.

O candidato comentou a suspensão do kit anti-homofobia quando era ministro da Educação, chamado pejorativamente de "kit gay". Ao falar sobre o assunto, Haddad aproveitou para atacar José Serra, dizendo que o adversário está mentindo sobre o assunto e omitindo que a confecção do kit foi aprovada pelo Congresso Nacional. "O Congresso aprovou uma emenda. O Ministério Público provocou o MEC para liberar a emenda porque entendia que era importante combater a homofobia", defendeu ele. Sobre a suspensão, Haddad disse que chegaram à conclusão de que era necessário "amadurecer o debate" antes de produzir o kit.

"É dever de todo gestor combater a intolerância religiosa, de gênero", comentou Haddad. "Estou muito tranquilo. Acho que tomei a decisão correta com a presidenta Dilma", continuou o petista. "Mas importar um pastor do Rio de Janeiro para fazer ataques a mim e a minha família?", questionou Haddad, referindo-se, sem citar nomes, ao pastor Silas Malafaia, que declarou apoio a José Serra (PSDB)

Trânsito

Haddad falou sobre a proposta chamada de Arco do Futuro, um mecanismo de descentralização dos postos de trabalho, através de incentivos fiscais, para que empresas que deixaram a cidade se instalem em vias como a Jacu-Pêssego e Cupecê. O IPTU será, segundo Haddad, reduzido a zero. "Com isso, a arrecadação municipal vai aumentar", afirmou Haddad.

Haddad prometeu a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus e disse estar estudando tecnologias para melhorar algumas vias da capital, como a Rebouças. Haddad prometeu trazer apoio federal para melhorias no metrô, que envolvem a criação de estações em Pirituba, por exemplo.

Demais propostas

Haddad prometeu escolas de tempo integral para 100 mil crianças de escola pública em tempo integral. A meta terá investimentos do governo federal. Ele também prometeu 100 mil bolsas em cursos em escolas como Senac e Senai.

Outra proposta foi a criação de CEUs (Centro Educacional Unificado) em áreas de São Paulo que não contam com muitas opções de lazer. O petista também prometeu um PAC para São Paulo, nas bases do programa do governo federal.

Inspeção Veicular

Haddad disse que vai diminuir o número de inspeções veiculares, que, segundo ele, só devem ser feitas após os primeiros quatro anos de veículo, quando ele ainda segue na garantia de fábrica. O candidato prometeu também reduzir os custos da operação para zero. "Abrir o capô e cobrar quarenta reais é um absurdo."

Mensalão

Haddad comentou também o julgamento do mensalão, dizendo acreditar que as condenações não devem prejudicar seu desempenho nas eleições. "O eleitorado sabe discernir quem está sendo responsabilizado por uma ação e quem não tem nada a ver com isso", afirmou.

"É preciso lembrar que o procurador-geral da República foi conduzido pelo presidente Lula, depois de fazer a denúncia. Oito dos 10 ministros são indicados pelo presidente Lula. Eu repito que este processo deve ir até o final. Não podemos dizer 'aos inimigos a lei e aos amigos tudo'. Agora temos um processo contra integrantes do PSDB de Minas Gerais, que deu início a tudo isso que está sendo chamado de mensalão. Se o STF tratar todos os casos - DEM, PSDB e PT -, a democracia vai ser fortalecida", continuou ele, citando o chamado "mensalão tucano" ou mensalão mineiro, suposto esquema de desvio de verbas públicas e financiamento irregular da campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) em 1998.

Partidos aliados

Haddad afirmou que, caso eleito, "dividirá responsabilidades", mas que terá uma equipe técnica "honrada". O petista afirmou que a palavra final sobre a nomeação de cargos será sua. "Nem partidos, nem pessoas ou indívudos têm contas de nada", afirmou.

A participação de Paulo Maluf (PP) na candidatura foi minimizada pelo candidato durante a entrevista."Ele também apoiou a eleição de Dilma e de Alckmin (governador de São Paulo que apoia José Serra)". Haddad reforçou que "apoiar é diferente de ser apoiado", e que não apoiou Maluf em eleições anteriores, quando o político se candidatou.

O candidato do PT também comentou suas propostas em entrevista à rádio 'CBN'
O candidato do PT também comentou suas propostas em entrevista à rádio 'CBN'
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Terra
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