Ex-governador do PR declara apoio a adversário em Curitiba
- Roger Pereira
- Direto de Curitiba
O ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB) declarou que apoiará Ratinho Júnior (PSC) na eleição municipal e não o candidato de seu partido, Rafael Greca (PMDB). "Vou participar desse processo eleitoral permitindo que o Ratinho Junior e o Bruno Pessuti saiam vencedores em outubro", disse o ex-governador. Bruno é filho de Pessuti e candidato a vereador pelo PSC.
A culpa da "infidelidade" de Pessuti, segundo o ex-governador, é seu rompimento com o senador Roberto Requião (PMDB), de quem é desafeto desde 2010, logo depois de herdar o governo do estado quando Requião renunciou para concorrer ao Senado. "Não sou contra o PMDB em hipótese alguma, sempre fui do PMDB, mas nesta eleição de Curitiba não estarei apoiando a candidatura do Rafael Greca porque não pretendo acompanhar, no processo eleitoral, o senador Roberto Requião", afirmou.
Pessuti lembrou que a posição de Requião foi decisiva para que ele não conseguisse viabilizar sua candidatura a reeleição em 2010. "Tenho admiração pelo Rafael Greca, não tenho absolutamente nada contra a candidatura dele, mas tomei uma decisão. Há dois anos o Requião tomou uma decisão de não caminhar ao meu lado como candidato a governador, agora, o Orlando Pessuti e seus amigos tomaram a decisão de não caminharem ao lado do Requião", justificou.
O ex-governador aposta, no entanto, na sua boa relação com Greca para atrair o apoio do PMDB para Ratinho Júnior em um eventual segundo turno com a participação do candidato do PSC. "Espero que possa contribuir para a eleição do Ratinho Junior e se essa for uma tarefa que restar a nós num futuro próximo, procurarei fazer com muita alegria até porque sou amigo pessoal dele", afirmou.
Questionado se pensa em deixar o partido por causa desse problema com Requião, Pessuti negou. " Meu futuro é dentro do PMDB. O senador Roberto Requião faz o trabalho dele e eu faço o meu em favor do PMDB. Estive em Maringá, em Jardim Alegre, em Ivaiporã. Participo, ainda das convenções de Ponta Grosa, Iviporão e Arapongas. Sempre defendendo as candidaturas do PMDB. Não sou contra a candidatura de Rafael Greca, só não quero acompanhar o Roberto Requião", reforçou.
O ex-governador disse, ainda, que não teme ser enquadrado pelo partido ou sofrer alguma sanção prevista na regra da fidelidade partidária. "Estou ajudando a organizar as candidaturas do PMDB em vários municípios, estou fazendo muito mais pelo partido do que ele (Requião). Quando o Requião decidiu apoiar o Alckmin em 2006, não foi enquadrado pelo partido", finalizou.