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Política

Com apoio de artistas, Psol lança Freixo à Prefeitura do Rio

11 jun 2012 - 16h42
(atualizado às 17h43)
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Cirilo Junior
Direto do Rio de Janeiro

O deputado estadual Marcelo Freixo foi oficializado nesta segunda-feira como candidato do Psol à prefeitura do Rio, com o apoio de artistas e lideranças ligadas ao seu partido. Freixo garantiu que irá fazer campanha em qualquer lugar, inclusive na Zona Oeste, área da cidade que mais sofre com a ação dos milicianos.

Psol confirma candidatura de Marcelo Freixo (ao centro da foto). Ator Wagner Moura prestigiou o lançamento
Psol confirma candidatura de Marcelo Freixo (ao centro da foto). Ator Wagner Moura prestigiou o lançamento
Foto: Cirilo Junior / Terra

"Já fui à Zona Norte várias vezes e na Zona Oeste ainda não. Mas irei. Vou fazer agenda. Evidente que não vou fazer disso uma guerra particular, porque ela não é particular. É importante dizer que a milícia não é problema meu. É problema do Rio de Janeiro. Vou fazer campanha em qualquer lugar. Cabe ao Estado garantir que todos os candidatos possam ir a todos os lugares. Eu vou enfrentar. Aconteça o que acontecer, estarei nesses lugares", afirmou.

Atualmente, Freixo, historiador e ativista de direitos humanos, está em seu segundo mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Na primeira legislatura de que fez parte (2007 a 2010), presidiu a CPI das Milícias, que dissecou o poder desses grupos no Rio, e apontou a estrutura desses grupos criminosos. Vereadores e deputados estaduais apontados no relatório da CPI como membros de milícias foram cassados. Freixo recebe, desde então, seguidas ameaças de morte, e tem escolta particular 24 horas por dia.

O tema foi retratado no filme Tropa de Elite 2 e a atuação política do deputado inspirou o personagem Diogo Fraga, que, ao lado do Coronel Nascimento, foi um dos protagonistas que expôs as conexões entre o crime organizado e o poder público no Rio e no Brasil todo.

O deputado alertou para o fato de as milícias continuarem agindo, planejando, inclusive, o lançamento de candidatos a vereador nas eleições deste ano. Segundo Freixo, o número de milícias aumentou, especialmente por ainda terem poder político e econômico. Um dos braços que sustentam as milícias, acentuou, é o transporte alternativo, cujas cooperativas de vans tem ligações com milicianos, acusou o candidato.

"O que foi feito com o transporte alternativo? A prefeitura foi ao encontro deles, mantendo o mesmo esquema de licitações. Queremos fazer licitação de vans individuais. Todas as cooperativas estão nas mãos de milícias. É uma exploração brutal. Que não paga, morre".

Candidato com bastante penetração na zona sul, Freixo garantiu que sua campanha não ficará restrita a essa área da cidade. "Não será uma candidatura personalista e restrita a determinado território", garantiu.

Apoios
Freixo terá como vice na chapa o músico Marcelo Yuka (Psol), ex-baterista do Rappa, e já conta com apoio declarado de vários artistas, como Chico Buarque e Caetano Veloso. O deputado federal Jean Wyllis (PSOL-RJ) leu, inclusive, uma carta de apoio de Caetano à candidatura de Freixo. O cantor Ivan Lins também mandou uma mensagem de apoio.

O ator Wagner Moura esteve presente à convenção, e disse que vai participar da campanha de Freixo "no que for necessário". Ele disse ver "uma verdade muito grande" na campanha do deputado.

"Freixo é um político diferenciado. Toda vez que eu acho que existe um candidato que eu realmente acredito e acho que ele pode fazer diferença, eu me engajo. Independentemente de ter me tornado uma pessoa conhecida ou não. Acho que me engajaria de qualquer forma. Talvez o meu apoio possa fazer com que as pessoas possam prestar atenção na campanha do Freixo. Isso me deixa feliz".

Também se fizeram presentes na convenção, os deputados federais do partido Jean Wyllys (Psol-RJ) e Chico Alencar (Psol-RJ), que falou sobre as bandeiras de Freixo. "Vai ser transparência total na gestão, participação popular e reencantamento com a política que anda muito corrompida, obscura, muito gerencial. Esses serão os eixos do Freixo. Prioridade para ação do setor público", declarou Chico.

Chico Alencar afirmou ser fundamental o apoio da parcela da população que está distante da atividade política, inclusive no que diz respeito a condução da campanha do Psol e as formas de arrecadação de recursos."Colaboração cidadã, de pequenos comerciantes, da militância, da internet. (O Psol) não aceitará um centavo daqueles que não têm compromisso com a cidade, que são nossos adversários políticos. Vamos passar ao largo de empreitara e denunciar quem tem rabo preso com elas. Vai ser 'tostão contra o milhão'. O povo está cansado dessas campanhas do marketing político".

Sobre o cenário eleitoral, o deputado reconhece o favoritismo do atual prefeito, mas mostra-se confiante na chegada ao segundo turno. "Essa é a nossa aposta. A primeira parte é fazer uma campanha bonita e propositiva e critica ao modelo de gestão que há no Rio. Reconhecemos o favoritismo do Paes (atual prefeito) mas nem sempre o favorito vence. Nossa meta inicial e garantir dois turnos, no segundo turno é outra eleição", avaliou Chico, que confirmou o apoio formal do PCB e diz trabalhar com defecções de alguns partidos, como o PV, PT e PDT.

Fonte: Terra
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