BA: ACM Neto aposta em mais tempo de TV para ganhar no 2º turno
- Ana Carolina Araújo
- Direto de Salvador
O candidato a prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) está apostando suas fichas no aumento do tempo de TV para o segundo turno, que ele deve disputar com Nelson Pelegrino (PT) no próximo dia 28. Neto chegou à Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no bairro do Canela, às 11h, de sua candidata à vice, Célia Sacramento (PV), e de uma verdadeira comitiva de correligionários, entre eles o presidente do DEM na Bahia, José Carlos Aleluia, o coordenador político de sua campanha e ex-governador do Estado, Paulo Souto, o senador Antônio Imbassahy (PSDB), além de deputados estaduais e candidatos a vereador.
Conheça os candidatos a vereador e prefeito de todo o País
Acompanhe as pesquisas eleitorais
Veja o cenário eleitoral nas capitais
Confira quanto ganham os prefeitos e vereadores nas capitais brasileiras
Em pesquisa divulgada ontem pelo Ibope, os dois principais concorrentes seguem em empate técnico, com 34% para Pelegrino e 29% para Neto. Apesar disso, o candidato garante que desde o primeiro dia de campanha trabalhou com o cenário do segundo turno. "Numa eleição com seis candidatos e numa cidade com o histórico de Salvador, a hipótese de ganhar no primeiro turno é muito remota", afirmou.
Neto, que em 2008 foi candidato a prefeito da capital baiana e não chegou sequer ao segundo turno, disse não ter se traumatizado com o fracasso daquele pleito. "Faz parte do jogo político. Aprendi com meu avô (Antonio Carlos Magalhães) que as derrotas também podem nos ensinar".
O aprendizado com Antonio Carlos Magalhães, que por décadas capitaneou o chamado "carlismo" na Bahia, oscila entre uma braçada na frente e uma pedra no sapato de Neto. Apesar da grande rejeição ao governador Jaques Wagner (PT), já no segundo mandato na Bahia, muitos soteropolitanos respiraram aliviados com o fim do coronelismo na Bahia e não querem a volta dos Magalhães.
O filho do senador e pai de Neto, senador ACM Júnior, minimiza a rejeição ao histórico político da família. "O senador Antonio Carlos deixou um grande histórico, e apesar de Neto estar assumindo sua identidade política e ser um político com projeção nacional, não deve nem precisa negar suas raízes", declarou.
O cientista político Wilson Gomes, da UFBA, não acha que essa conta seja tão simples. Ele lembra que a queda na intenção de votos a Neto - de 40% no início das eleições para 29% ontem - ganhou velocidade há menos de um mês, coincidentemente, na mesma época do comício do ex-presidente Lula em Salvador. "Com pouco tempo de TV, a campanha dele começou a ser pautada pelo concorrente, especialmente em dar respostas a acusações. Gastou todo o tempo para se justificar, enquanto Pelegrino tinha quase o triplo do tempo e pôde separar uma parte de seu programa só para essas discussões."
Com o novo cenário de tempo igual para as duas coligações no segundo turno, as chances de Neto crescem, mas a batalha deve ser dura. "Depois que a campanha dele começou a se mostrar oposta a Lula e ao PT, a rejeição disparou, ficando seis pontos acima da de Pelegrino, e isso é um problema importante para ele", diz Gomes. Segundo ele, ACM Neto aparece com a maior rejeição, com 36%. Da Luz é o segundo, com 34%, Nelson Pelegrino é o terceiro mais rejeitado com 29%
Alianças
Sobre as possíveis alianças para o segundo turno, ACM Neto afirmou que qualquer conversa só se dará após o fim da apuração, o que, em Salvador, deve acontecer no início da noite de hoje. Entretanto, enquanto acompanhava a votação do candidato, José Carlos Aleluia chegou a afirmar que conversa com Geddel Vieira Lima, presidente do PMDB baiano - que está na corrida com Mário Kertész, que tem apenas 9% das intenções de voto - todos os dias. "Estamos juntos para vencer em cidade como Itabuna. Vamos vencer juntos", disse, dando margens a possíveis interpretações de aliança.
Eleições 2012
As eleições municipais de 2012, que ocorrem no domingo, 7 de outubro, levarão às urnas mais de 138 milhões de brasileiros aptos a escolher prefeitos e vereadores para um mandato de quatro anos. Em todo o País, são cerca de 436 mil sessões eleitorais, que estarão abertas das 8h às 17h. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 15 mil candidatos a prefeito, 16 mil a vice-prefeito e 481 mil a vereador disputam o pleito.
A votação acontece em 5.568 municípios - somente o Distrito Federal e a ilha de Fernando de Noronha não terão eleição. Em 229 cidades de 24 Estados, os eleitores terão à disposição um novo sistema que vem sendo adotado gradativamente pela Justiça Eleitoral: o voto biométrico.