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Política

Após 1º turno decidido na Justiça, Petrópolis espera eleição acirrada

26 out 2012 - 16h09
(atualizado às 16h15)
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Paula Bianchi
Direto do Rio de Janeiro

Foi preciso mais do que o voto popular para decidir quem deveria disputar o segundo turno das eleições neste domingo em Petrópolis (RJ). Os eleitores enfrentaram um suspense de 12 dias e uma série de idas e vindas judiciais até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou no último dia 18 que o adversário do primeiro colocado, Bernardo Chim Rossi (PMDB), seria mesmo o ex-prefeito Rubens Bomtempo (PSB).

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Com 295.917 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Petrópolis é o nono maior colégio eleitoral do Estado. Famosa por ter sido lar da família real no Brasil, a cidade, localizada na região serrana a cerca de 60 km do Rio, tem no turismo boa parte da sua renda, mas ainda sofre com os efeitos da tragédia das chuvas que destruíram a região no começo de 2011.

Bomtempo ficou em segundo lugar na primeira fase do pleito, com 50.320 votos - apenas 2.632 votos a menos que Rossi -, mas foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e teve sua candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em setembro, o que impediu a computação dos seus votos, considerados nulos. O socialista teve as contas públicas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado quando foi prefeito em 2004, uma vez que não recolheu valores devidos ao INSS.

Em seu lugar, o atual prefeito da cidade, Paulo Mustrangi (PT), que estava em terceiro com 45.060 votos, foi alçado à segunda posição. A decisão chegou a ser questionada pela Justiça Eleitoral de Petrópolis, que trouxe Bomtempo de volta à disputa no último dia 11, até que o TRE-RJ reverteu o parecer e reafirmou a cassação da candidatura do ex-prefeito.

No entanto, no último dia 18 o TSE modificou a decisão do TRE do Rio e manteve a candidatura de Bomtempo, mudando novamente os rumos da eleição na cidade e deixando Mustrangi fora do segundo turno. Em seu site, Bomtempo fez questão de colocar um bottom, reproduzido no material de campanha, em que se lê "ficha limpa - Tribunal Superior Eleitoral".

Estratégias de campanha

O parecer do TSE deu um novo gás à campanha e tanto Rossi quanto Bomtempo aproveitaram a última semana antes do pleito para exibir apoiadores e conquistar a atenção do eleitor, confuso com tantas idas e vidas.

Para Rossi, que já presidiu a Câmara de Vereadores da cidade e hoje é deputado estadual, a demora em saber quem seria o seu adversário é indiferente. "Fizemos campanha da mesma forma desde o princípio. Respeitamos o adversário, mas temos uma coligação bastante ampla, que cada vez agrega mais. Vamos ganhar a eleição no voto", disse o candidato, que participa da campanha ao lado de outros nove partidos na coligação "Junto para mudar Petrópolis" - PP, PSD, PTB,PSC, PSDB, PPS, PRTB,PSL e PRB.

Apenas nesta semana o candidato subiu ao palanque ao lado do governador Sérgio Cabral, do prefeito do Rio Eduardo Paes e do vice-presidente, Michel Temer, procurando capitalizar ao máximo o apoio da presidente Dilma Rousseff ao partido no Rio. "Além das parcerias com o Estado e com a capital, temos o compromisso do vice-presidente da República, Michel Temer e da presidente Dilma em fortalecer os programas executados em conjunto em Petrópolis, como o Bolsa Família, e ampliar a presença de Petrópolis em mais ações federais", ressaltou Rossi durante o evento ao lado dos caciques do partido.

Seguindo a linha nacional de união entre PT e PMDB, o atual prefeito Mustrangui também declarou apoio ao peemedebista e aproveitou para alfinetar o adversário que lhe tirou do segundo turno. "Diante do cenário político, não poderia apoiar um prefeito que deixou mais de R$ 250 milhões em dívidas".

A exceção no PT é o senador Lindbergh Farias (PT), que, preterido pelo PMDB de Cabral para encabeçar as nomeações para governador em 2014 declarou seu apoio a Bomtempo, trabalhando assim uma futura aliança com o PSB.

O próprio Bomtempo foi buscar entre os caciques do partido seu principal apoio: o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos. Com o maior índice de aprovação entre os governadores do País, Campos é um trunfo para o candidato, mas também causa polêmica. Ele é apontado pelos adversários como "inimigo" do Rio por defender a distribuição equânime dos royalties do petróleo por todo o País. Ainda assim, Bomtempo fez questão que o dirigente participasse dos programas de rádio e TV de sua campanha.

O candidato do PSB, que tem na coligação PR, DEM, PV, PCdoB e PTdoB, conta ainda com o apoio do ex-governador e deputado estadual Antony Garotinho, que tem se mantido afastado da campanha.

Apesar da lista de apoios do concorrente, Bomtempo está confiante. "A mais alta corte da justiça eleitoral do país comprovou que nossa candidatura é ficha limpa e a população agora está dando o troco em quem tentou manipulá-la", afirmou, pronto para o domingo.

Rubens Bomtempo (esq.) e Bernardo Chim Rossi se enfrentam no segundo turno em Petrópolis (RJ)
Rubens Bomtempo (esq.) e Bernardo Chim Rossi se enfrentam no segundo turno em Petrópolis (RJ)
Foto: Divulgação
Fonte: Terra
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