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Política

Apesar de derrota em São Paulo, PSDB se vê forte para 2014

29 out 2012 - 18h56
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Thiago Tufano
Direto de São Paulo

O ex-governador do Estado de São Paulo e presidente em exercício do PSDB, Alberto Goldman, fez um balanço do desempenho do partido nas eleições municipais e acredita que os tucanos saem mais fortalecidos do pleito em comparação ao período pré-eleitoral. De acordo com Goldman, que substitui o presidente nacional Sérgio Guerra, afastado por problemas de saúde, agora é o momento de o PSDB se fortalecer como oposição federal e traçar estratégias para voltar à presidência da República em 2014.

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Para Goldman (esq.), PSDB sai fortalecido das eleições municipais
Para Goldman (esq.), PSDB sai fortalecido das eleições municipais
Foto: Nelson Antoine/Foto Arena / Especial para Terra
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Em entrevista ao Terra, o ex-governador afirmou que o desempenho tucano foi favorável nas eleições encerradas no último domingo. Das 26 capitais, o PSDB conseguiu eleger quatro prefeitos: Maceió, Manaus, Belém e Teresina. O PT teve o mesmo desempenho nas capitais, vencendo as eleições em Rio Branco, Goiânia, João Pessoa e São Paulo, a maior do país. O partido que teve mais sucesso entre as capitais foi o PSB, com cinco cidades: Fortaleza, Belo Horizonte, Cuiabá, Recife e Porto Velho.

"Saímos mais fortes. Apesar de ter perdido em São Paulo com 11% de diferença, que fez com que a principal cidade ficasse nas mãos do PT. Levando em conta esses números e essa relatividade, acho que tivemos um resultado favorável no bloco dos 85 (capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes). No nível nacional fizemos mais prefeitos, foram 702, cerca de 10% a mais que o próprio PT. O fato é que o PSDB teve maior capilaridade, tivemos uma presença mais expressiva. Do ponto de vista nacional é um dado importante", afirmou Goldman.

De acordo com o próprio presidente nacional em exercício do partido, o aumento no número de cidades vencidas pelo PSDB mostra um fortalecimento nacional dos tucanos, que será fundamental para se firmar como oposição e tentar vencer as eleições presidenciais de 2014, quando a atual líder Dilma Rousseff (PT) deve se candidatar à reeleição.

"O partido tem que construir seu discurso, fortalecer esse discurso de oposicionista para enfrentar o poder central que é o PT e seus aliados. A estratégia é definir claramente sua posição e atuar, estar presente nos grandes temas que aparecem a todo momento. Nos firmamos esses anos como partido de oposição e devemos continuar assim. Fazendo força para crescer", disse o ex-governador.

O PSDB teve um bom desempenho em cidades nordestinas e uma performance não tão favorável nas regiões Sudeste e Sul. Porém, de acordo com Goldman, os números não mostram nenhuma surpresa para o partido.

"Não acho que o PSDB se tornou mais nordestino. O fato é que estava pouco expressivo. Sempre tivemos boa presença por lá, mas não era expressa nas prefeituras como agora. Isso se deve ao trabalho feito pela capilaridade que conseguimos estabelecer nessas cidades", explicou Goldman.

Eleições paulistanas
Quando questionado a respeito do resultado nas eleições da cidade de São Paulo, Goldman disse que a população optou pela mudança, já que, de certa forma, o PSDB de José Serra tinha o atual prefeito Gilberto Kassab (PSD) como aliado.

"Tínhamos um quadro eleitoral no qual éramos situação e havia um nível de desgaste muito expressivo da administração municipal. A opção do eleitor foi oposicionista. O eleitor votou buscando um nome que se opusesse ao quadro estabelecido localmente. O primeiro turno identificou isso também, com Hadadd, Russomanno e Chalita. Eram candidaturas oposicionistas e somadas já eram suficientes em mostrar a alternativa. Perdemos para a oposição. Assim como ganhamos há quatro anos como situação", afirmou.

Futuro político de Serra
O ex-governador paulista preferiu não se posicionar a respeito do futuro político de José Serra, derrotado pelo petista Fernando Haddad. Quando questionado se o Senado ou até mesmo a presidência nacional do partido seriam boas alternativas, Goldman desconversou.

"Como o futuro político de qualquer um de nós, ele mesmo tem que decidir o dele. Às vezes não sei nem o meu futuro político, ainda mais o do Serra. Cada um tem que pensar na sua própria pele. Não tenho a mínima ideia do que irá fazer. A questão de presidente do partido não está posta, isso será decidido no segundo semestre do ano que vem", afirmou.

Fonte: Terra
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