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Política

Eleições: pressão por aliança com PT desagrada PMDB de SP e RS

20 out 2009 - 08h21
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Fabiana Leal
Direto de Porto Alegre

A antecipação da corrida por alianças para as eleições de 2010, intensificada no início do mês quando o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que PT e PMDB estarão juntos, causou desconforto nos diretórios estaduais, principalmente em São Paulo e Rio Grande do Sul.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir na noite desta terça-feira, possivelmente em jantar, com as principais lideranças do PMDB e do PT. Será o segundo encontro do presidente com as lideranças peemedebistas na busca da formalização de uma aliança com o PT para as eleições presidenciais do ano que vem. Segundo as negociações que estão sendo feitas, o PT indicaria o candidato à Presidência da República, no caso a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o PMDB, o candidato à vice.

Na contramão de Temer, o presidente estadual da legenda em São Paulo, Orestes Quércia, defende a repetição da aliança que elegeu Serra a governador e reelegeu Gilberto Kassab (DEM) prefeito. Ou seja, oposição à candidata do presidente Lula. Ele defende abertamente a candidatura de José Serra (PSDB) "como alternativa para o País".

Segundo Quércia, Temer foi pressionado pelo PT e "está tentando antecipar o que não pode". O presidente estadual diz que as decisões têm que partir da base e ir para a esfera nacional, e não o contrário. Neste ano, serão realizadas as convenções municipais e estaduais. A nacional será em junho do ano que vem, conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Rio Grande do Sul

Para o deputado estadual Luiz Fernando Záchia (PMDB-RS), a possibilidade de dobradinha entre PMDB e PT no Rio Grande do Sul "já nasce morta". Ele descarta a possibilidade das duas legendas estarem juntas em uma aliança. "Dividir o palanque com o PT não dá", afirmou.

Segundo o parlamentar, no Estado já há um acirramento natural entre PMDB e PT. "Aqui é muito difícil. Quando se falava sobre isso em outras épocas, (os partidos) sempre foram contrários. Hoje não é diferente, pelas disputas e pela projeção da disputa. As relações não têm sido boas no governo Yeda (Crusius, do PSDB)."

Para Záchia, o mais importante neste momento é construir a coligação e somente depois escolher quem será o candidato do PMDB. A tendência é que seja o atual prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, ou o ex-governador Germano Rigotto. O PMDB gaúcho está em tratativas para fechar aliança com o PDT e com o PTB.

"Sabemos que o PDT vai estar aliado ao Lula, mas é diferente da questão do PT, pois eles não são protagonistas e isso não atrapalha o palanque", afirmou Záchia.

O peemedebista também descarta uma aliança com o PSDB, da governadora gaúcha. Atualmente, o PMDB faz parte da base do governo tucano. De acordo com Záchia, a ideia é deixar a base governista no final deste ano, antes de começar a campanha.

"Não podemos tirar do PSDB uma candidatura de reeleição. O nosso plano é estar fora do governo para fazer a campanha. Queremos sair do governo no final do ano para termos isenção e sair pelo Estado mostrando o nosso projeto, a nossa candidatura. Como vou estar no governo e mostrar um projeto diferente? Temos de assumir que tivemos participação no governo, mas agora temos um projeto e estamos defendendo esse projeto. E para defendê-lo, não precisa atacar o governo", afirmou Záchia.

Fonte: Terra
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