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Política

Edinho Silva descarta qualquer hipótese de renúncia de Dilma

15 dez 2015 - 21h47
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O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, descartou nesta terça-feira qualquer hipótese sobre uma eventual renúncia da presidente Dilma Rousseff, que corre o risco de ser submetida a um processo de impeachment.

"Essa hipótese (de renúncia) não existe porque seria uma falta de respeito à Constituição brasileira", declarou Silva em um encontro com correspondentes estrangeiros em São Paulo.

Sobre o processo de impeachment que tramita no Congresso, Silva afirmou que "o governo está enfrentando este assunto do ponto de vista de que (a cassação) não tem respaldo jurídico", porque "um desequilíbrio na gestão financeira não pode caracterizar um crime".

A Câmara dos Deputados decidiu analisar o pedido de instauração de um julgamento com fins de cassação pela suposta maquiagem das contas fiscais apresentadas pelo governo.

"É inegável que o Brasil vive um momento de crise política e econômica", declarou o ministro, para quem a "maior preocupação", no atual momento, "é com o crescimento da intolerância política, que é inaceitável".

De acordo com Silva, a atual crise política partiu das eleições de 2014, "as mais polarizadas desde a redemocratização", após 21 anos de ditadura entre 1964 e 1985.

Silva se referiu também ao fato de a Operação Lava Jato ter chegado hoje às casas do presidente da Câmara dos Deputados, dois ministros e outros líderes do PMDB.

"As investigações não têm um alvo partidário. Averiguam fatos concretos", afirmou Silva, que espera que "o mais breve possível a verdade saia flutuando, que os que tenham que ser responsabilizados sejam e para aqueles que sejam inocentes a verdade possa reparar qualquer prejuízo que sofram neste momento".

Nesse sentido, Silva considerou o PMDB como "fundamental para a construção das políticas públicas" e advertiu que o governo confia que "as investigações avancem e a verdade prevaleça".

As residências oficiais do presidente da Câmara, Eduardo Cunha; dos ministros de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, e de Turismo, Henrique Eduardo Alves; assim como as do ex-ministro e senador Edison Lobão, do deputado Aníbal Gomes e outras dez pessoas vinculadas ao PMDB foram revistadas hoje pela Polícia Federal.

O ministro ressaltou que "a Petrobras é uma empresa estratégica" e apontou que o "processo de investigação" é uma prova que "as instituições estão funcionando com o Ministério Público e o Poder Judiciário com total autonomia".

No entanto, Silva admitiu que "há uma crise política que agrava a situação e explica a queda de popularidade da presidente", cujo apoio se mantém em 9%, enquanto a taxa de rejeição chega a 70%, segundo uma pesquisa divulgada hoje pelo Ibope.

Para Silva, essa queda da popularidade é também "um reflexo das medidas anticíclicas" adotadas pelo governo para conseguir um ajuste fiscal e endireitar as maltratadas contas públicas.

"O governo reconhece estas dificuldades e está trabalhando para resolvê-las", declarou o ministro, que argumentou: "A sociedade não quer perder as conquistas sociais dos últimos anos" e por isso o governo trabalha "para reverter esses números com estabilidade e pacificação política".

Sobre as manifestações a favor do impeachment de Dilma, Silva manifestou que não está de acordo com os argumentos, mas respeita os protestos.

"O governo está aberto ao diálogo e é importante que a oposição exista", disse o ministro, que acrescentou: "Existe interesse para que se construa uma agenda restrita, específica e objetiva e a superação das dificuldades passa pela construção dessa agenda".

Segundo sua opinião, "os interesses do país devem estar acima das disputas partidárias" e, nesse sentido, defendeu a liderança da petista: "Não existe no país um líder e um quadro mais preparado para levar o Brasil adiante que a presidente Dilma".

EFE   
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