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Política

Duda Mendonça troca defesa às vésperas de julgamento do mensalão

21 mai 2012 - 21h43
(atualizado às 21h53)
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O publicitário Duda Mendonça substituiu seu advogado às vésperas do julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O marqueteiro é réu na ação por lavagem de dinheiro e evasão de divisa, junto com sua sócia Zilmar Fernandes. A informação foi confirmada pelo novo advogado da dupla, Luciano Feldens. Os acusados eram defendidos, desde 2005, por Tales Castelo Branco.

Feldens preferiu não comentar os motivos da substituição que, segundo ele, ocorreu a cerca de três semanas. Para ele, a mudança não deve atrapalhar o julgamento de seus clientes. Ao falar sobre o caso, o atual advogado de Duda Mendonça foi comedido, se limitando a dizer que está "preparado e tranquilo" para o julgamento.

Luciano Feldens declarou, ainda, que a situação de seu cliente é "extremamente peculiar", já que o publicitário não é um agente político.

"O Duda não faz parte de nenhum núcleo criminoso do mensalão. Nunca foi imputado a ele participação em qualquer organização criminosa", disse. "Quando se fala em mensalão, não está se falando do Duda", completou Feldens.

Procurado, o advogado Tales Castelo Branco não quis comentar o caso. Por meio de sua assessoria, Castelo Branco afirmou, apenas, que "considera o assunto encerrado".

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, o ministro Joaquim Barbosa apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Fonte: Terra
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