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Política

Discurso do PSDB é esquizofrênico, diz secretário-geral do PT

7 nov 2009 - 15h49
(atualizado às 15h54)
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Bruno de Castro
Direto de Fortaleza

O candidato à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) e secretário-geral da legenda, José Eduardo Cardozo (PT-SP), afirmou, na tarde deste sábado, em Fortaleza (CE), que o discurso utilizado pelo PSDB para criticar o governo Lula é fraco e incoerente. "E eu diria até verborrágico e esquizofrênico. Precisariam de um tratamento psiquiátrico", disse.

Para ele, os tucanos ainda não conseguiram alinhar o discurso de ataque ao Palácio do Planalto, pois ora reclamam dos programas sociais, ora reivindicam a paternidade dessas mesmas iniciativas. Como exemplo, citou o Bolsa Família, projeto de transferência de renda que, só na capital cearense, atende a mais de 200 mil pessoas e é classificado pelo PSDB como assistencialista.

"Isso mostra que, no fundo, eles são frustrados por terem tido um sucessor que os bateu em todos os índices", afirmou, referindo-se ao presidente Lula, criticado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em um artigo publicado essa semana.

Cardozo classificou a postura do tucanato com relação à execução de programas sociais como tímida quando estiveram no Poder nos dois mandatos de FHC. "Enquanto nós fomos e somos ousados", disse, afirmando que a falta de alinhamento dos opositores deve favorecer o PT na corrida das eleições 2010.

Um dos articuladores diretos da pré-campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à sucessão do próximo ano, Zé Eduardo tem percorrendo vários Estados do País. Chegou ao Ceará vindo de São Paulo, Brasília, Bahia e Pernambuco. Mas já andou também por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

Os objetivos dele são: reforçar sua candidatura ao comando nacional do partido e solidificar as alianças regionais pró-Dilma, que, em algumas localidades, está ameaçada. No Ceará, por exemplo, a possibilidade do deputado federal Ciro Gomes (PSB) lançar-se à disputa compromete a aliança entre petistas e socialistas.

O irmão do parlamentar é o governador do Estado, Cid Gomes (PSB), que já declarou apoio incondicional a Ciro. No entanto, membros do PT asseguram que, se isso acontecer, o partido sai com candidato próprio ao governo local como forma de criar palanque para Dilma.

Porém, Cardozo posicionou-se contra essa tese. "Torço para que não aconteça. Não há por que. Acredito na maturidade política das lideranças daqui para chegarem a uma solução", disse.

Contudo, o presidenciável do partido admitiu que algumas alas da agremiação ainda sofrem com essa falta de maturidade. "O PT precisa de ajustes. Há muitas coisas que precisam ser alteradas".

Apesar da confissão, Zé Eduardo descartou as chances disso emperrar a candidatura de Dilma. Segundo ele, a ministra cresceu acima do esperado nas pesquisas de intenção de voto e o PT acredita, inclusive, em vitória logo no primeiro turno, apesar desses mesmos levantamentos indicarem o contrário. Pelos estudos, o pré-candidato e governador de São Paulo, José Serra (PSDB), leva vantagem na briga.

Por fim, ele colocou-se contra as chamadas "filiações em massa", fenômeno que recentemente "afetou" o PV - devido ao ingresso da senadora Marina Silva - e, agora, incide no PT. "Eu acho que, até ter direito de voto dentro do partido, a pessoa devia passar por cursos de formação política. Precisamos revitalizar alguns processos", disse.

Fonte: Especial para Terra
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