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Política

Dilma sobre saída de Palocci: Brasil perde grande colaborador

7 jun 2011 - 18h59
(atualizado às 20h08)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O Palácio do Planalto confirmou nesta terça-feira que a presidente Dilma Rousseff "lamentou" a demissão do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Ela classificou, conforme nota da Presidência da República, a saída de seu principal ministro como "a perda de um tão importante colaborador".

Ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci é alvo de suspeitas por sua evolução patrimonial
Ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci é alvo de suspeitas por sua evolução patrimonial
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

A presidente, que nunca se manifestou em defesa do auxiliar em todos os 24 dias em que Palocci foi saraivado com denúncias, disse ainda que o agora ministro demissionário prestou "inestimáveis serviços ao governo e ao País".

A senadora petista Gleisi Hoffmann, que cumpre atualmente seu primeiro mandato parlamentar, assumirá a pasta no lugar de Palocci. Mulher do atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Gleisi, 45 anos, foi apontada como uma das que, em reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria pedido a saída do hoje demissionário ministro Antonio Palocci.

Ela nega ter feito o apelo, embora tivesse confirmado ter solicitado que o ex-braço direito da presidente Dilma Rousseff prestasse explicações públicas sobre uma eventual evolução patrimonial irregular.

Eleita pelo Paraná, a futura ministra se reuniu nesta terça-feira com a presidente Dilma Rousseff, de quem recebeu o convite para suceder Palocci. Apontado durante a transição de governo e nos 127 dias em que ficou à frente da Casa Civil como braço direito da presidente, Palocci é a primeira baixa entre os principais integrantes do alto escalão do governo petista.

Advogada de formação, é filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 1989. Entre outras funções a nova ministra da Casa Civil foi secretária de Estado de Mato Grosso do Sul e diretora financeira da Itaipu Binacional.

A crise Palocci

De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 15 de maio, semanas antes de assumir a chefia da Casa Civil Antonio Palocci (PT) comprou um apartamento em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Com os novos bens, o patrimônio do ministro teria se multiplicado 20 vezes em quatro anos. O ministro alegou que o lucro foi gerado por sua empresa de consultoria, a Projeto, dentro da legalidade e declarado à Receita Federal. No entanto, ele alegou que cláusulas de sigilo o impediam de revelar maiores detalhes sobre os contratos ou seus clientes.

Mas a onda de denúncias continuou. Na Câmara, o PSDB levantou suspeitas sobre a liberação rápida de cerca de R$ 9 milhões em restituição do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) logo após o primeiro turno das eleições de 2010 a uma empresa, a WTorre. Os valores, relativos aos anos-base 2007 e 2008, teriam sido liberados apenas um mês e meio após o pedido, em duas operações com diferença de quatro minutos entre uma e outra. Em contrapartida, segundo a oposição, a empresa teria financiado a campanha da presidente Dilma Rousseff no valor de R$ 2 milhões. A WTorre seria uma das clientes da empresa de Palocci.

A Procuradoria Geral da República pediu explicações ao ministro, mas decidiu arquivar os pedidos de investigação por considerar que não houve indícios de procedimentos ilegais. Pressionado pela oposição e pela própria base para que apresentasse uma defesa em público, Palocci concedeu uma única entrevista sobre o tema. Na noite de 3 de junho, ele afirmou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que sua empresa não atuou com contratos públicos. O ministro disse que trabalhou em fusão de empresas, mas que nunca junto ao Banco Central, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou ao Ministério da Fazenda para resolver problemas das empresas que procuraram seus serviços.

Fonte: Terra
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