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Política

Dilma quer rever tarifas e critica qualidade de transportes

A presidente alegou que o governo federal se antecipou às manifestações na redução das tarifas de ônibus e metrô

17 jul 2013 - 16h48
(atualizado às 16h48)
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Dilma comparou situação de quem depende do transporte público à "sardinha"
Dilma comparou situação de quem depende do transporte público à "sardinha"
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

Ao fazer um relato dos cinco pactos em resposta às manifestações, a presidente Dilma Rousseff prometeu uma “ampla reunião” sobre a planilha de cálculo das tarifas. O encontro deverá reunir gestores públicos e prestadores de serviços de transportes, mas a presidente evitou dar mais detalhes.

Dilma discursava durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), colegiado que reúne empresários e representantes políticos e da sociedade civil, e admitiu a baixa qualidade do transporte público brasileiro, comparando a uma lata de sardinhas. "(O transporte público brasileiro é de) má qualidade, extremamente apertados - como sardinha - e com uma frequência não tão adequada em várias partes do nosso País", disse.

A presidente alegou que o governo federal se antecipou às manifestações na redução das tarifas de ônibus e metrô. Ela lembrou que a isenção de PIS/Cofins, no setor e a redução dos encargos da folha de pagamentos provocou uma redução de 7,23% no preço das passagens. Dilma criticou ainda gestões anteriores pela falta de investimentos em mobilidade urbana.

"A questão urbana é extremamente grave em outros países do mundo também, em países ricos e desenvolvidos. Num país pobre como o nosso - entre parênteses pobre, porque não foi investido o suficiente nos últimos anos nessa área. Nós somos pobres nessa área. Não foi investido, primeiro, por causa da crise da dívida e, segundo, porque não foi investido", afirmou.

"O trânsito na cidade é como a circulação do sangue no nosso organismo, portanto, não foi uma questão menor que desencadeou as manifestações de junho, foi uma questão muito importante", acrescentou a presidente.

Protestos contra tarifas de ônibus

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

Fonte: Terra
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