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Política

Dilma fala contra corrupção no México, que endurece medidas

27 mai 2015 - 17h50
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A presidente Dilma Rousseff discursou contra a corrupção nesta quarta-feira Comissão Permanente do Congresso em sua visita ao México, exatamente hoje, quando o país promulga uma reforma constitucional para lutar contra esse mal.

"Uma sociedade não pode conviver nem com a corrupção nem com a impunidade", disse a presidente brasileira. Na sessão solene, Dilma afirmou que o respeito aos "valores éticos" são pilares para erradicar a desigualdade.

No encontro terça-feira com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, eles conversaram sobre "desafios comuns", contou Dilma, que enfrenta um escândalo de corrupção dentro da Petrobras desde o ano passado.

Até o momento a investigação conduziu cinco ex-diretores da empresa e 20 executivos de grandes construtoras à prisão, acusados de envolvimento em um esquema de subornos para favorecimento em licitações da companhia.

Dilma mencionou o problema da corrupção, embora não com a intensidade do presidente do Senado mexicano, Miguel Barbosa, que garantiu que "em nossos países a corrupção atinge significativamente a sociedade e debilita as instituições".

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, promulgará hoje a reforma constitucional que cria o Sistema Nacional Anticorrupção.

"É um avanço significativo nesta matéria e esperamos que dê resultados tangíveis para toda a sociedade", disse Barbosa sobre a iniciativa, cujo fim é prevenir, detectar e punir atos de corrupção e fortalecer o controle de recursos públicos.

O senador do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD) louvou as reformas latino-americanas das últimas décadas, mas considerou que "falta consolidar o correspondente ao combate à corrupção".

No Índice de Percepção da Corrupção de 2014, México e Brasil apontaram percentuais de transparência de 35 e 43 pontos, sendo 0 uma sociedade muito corrupta.

Os dois países, principais potências econômicas latino-americanas que somam 62% do produto interno bruto (PIB) regional, assinaram ontem vários acordos comerciais, de meio ambiente, educativos e de turismo, entre outros, para promover suas relações bilaterais.

Dilma destacou hoje o aprofundamento do Acordo de Complementação Econômica (ACE 53) entre México e Brasil, que pode beneficiar o comércio bilateral de até seis mil produtos -frente os 800 atuais - se as negociações que começarão em julho derem frutos.

Além disso, avaliou positivamente um acordo de facilitação de investimentos que permitirá "estimular os fluxos" entre os países.

"Estes acordos são partes de uma negociação mais ampla e estratégica capaz de apresentar as nossas economias mais receita, empregos, mais bem-estar, mais competitividade e mais inovação", destacou.

Isso, "somado à vontade política, permitirá continuar com a redução da desigualdade" como o Brasil fez", ao tirar 36 milhões de brasileiros da pobreza na última década e elevar a classe média para 44 milhões de pessoas, ressaltou Dilma.

Em seu discurso, Barbosa elogiou a luta do Brasil contra a pobreza, mas reiterou que a justiça social é um dos "grandes desafios" das duas potências.

"México e Brasil devem deixar de lado as rivalidades regionais, sem se desgastar em construir fronteiras de caráter econômico ou comercial".

Esta aproximação de relações chega em um momento de fraqueza econômica regional, pois a América Latina crescerá este ano menos de 1%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Este foi o último ato oficial da presidente no país, que terminou com a assinatura de Dilma no livro de visitantes distintos e a tomada das fotografias oficiais.

EFE   
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