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Política

Dilma exalta potencial de petróleo em Libra; minimiza CPI da Petrobras

26 mai 2013 - 00h10
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A presidente Dilma Rousseff comemorou neste sábado as novas estimativas de petróleo do campo de Libra, ao mesmo tempo em que disse não ver motivos para uma CPI da Petrobras.

"Se você considerar todas as reservas que nós acumulamos desde que a Petrobras começou a explorar petróleo no Brasil, daquela época até hoje, nós acumulamos em torno de 14 bilhões de reserva de petróleo equivalente. Este campo de Libra, só ele, que é um dos campos do pré-sal, pode ter entre 8 a 12", disse a presidente a jornalistas em Adis Abeba, onde participou do Cinquentenário da Unidade Africana (OUA).

Na última quinta-feira, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) informou as novas estimativas para o campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.

"Isso significa que o Brasil tem a possibilidade de explorar um nível de produção de petróleo que nunca teve antes concentrada num só campo", acrescentou Dilma, segundo transcrição da entrevista divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência.

Aproveitando o assunto de petróleo, jornalistas perguntaram se a presidente considerava conveniente a CPI da Petrobras, e se ficava "desgostosa" com a postura do PMDB, maior partido da base governista, que teve vários parlamentares apoiando a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Sobre a CPI, a presidente disse lamentar, por não ver "nenhum motivo" para sua criação. "Agora, não decido sobre isso, não voto sobre isso", acrescentou.

Em relação ao PMDB, Dilma procurou minimizar o caso, ressaltando que a aliança com o partido é sólida e já foi bastante testada.

"Olha, nós temos uma aliança bastante estável e sólida com o PMDB. O vice-presidente (Michel) Temer, ele tem sido uma pessoa bastante importante nessa aliança, na estabilidade dela", disse a presidente.

"Eu acredito que se tem uma aliança que está bastante testada, porque ela foi testada, ela não é uma aliança que nós construímos ontem, ela tem uma certa durabilidade, ela foi testada. Nós estamos a 2 anos e 4 meses compartilhando com eles o governo, aliás, com toda a base aliada", acrescentou.

BOLSA-FAMÍLIA E JUROS

A presidente afirmou ainda que é preciso esperar as investigações em andamento para se poder falar sobre os responsáveis pelos boatos que levaram milhares de pessoas a unidades da Caixa no último fim de semana, por receio de que o programa Bolsa-Família fosse ser encerrado.

"Seria uma absoluta leviandade da minha parte dizer foi isso ou foi aquilo", afirmou. "Nós mandamos investigar, então, nós temos de esperar o resultado da investigação para dizer: 'foi isso ou foi aquilo'".

Sobre o fato de a Caixa ter admitido que estava fazendo mudanças no sistema de pagamento, a presidente insistiu que isso não seria motivo para a propagação dos boatos de forma tão ampla como ocorreu.

No final da entrevista, Dilma foi questionada sobre a situação econômica do Brasil. Para ela, dada a conjuntura internacional, "nossa economia... vai bem", ressaltando que sempre vamos querer que ela "vá melhor".

Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que vai decidir o nível da taxa básica Selic para as próximas semanas, a última pergunta foi sobre os juros. Lacônica, a presidente respondeu: "eu não falo sobre juros".

A expectativa do mercado financeiro é que o Copom eleve a Selic, hoje em 7,50 por cento, em 0,50 ponto percentual, na quarta-feira.

(Por Alexandre Caverni, em São Paulo; Edição de Pedro Fonseca)

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