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Política

Dilma diz que 'não tem que concordar sobre tudo' com Lula

Durante cúpula do G20, presidente defendeu a permanência do ministro da Fazenda e a volta da CPMF

16 nov 2015 - 13h06
(atualizado às 14h01)
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Presidente Dilma Rousseff defende permanência de Levy: "fica onde está"
Presidente Dilma Rousseff defende permanência de Levy: "fica onde está"
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff fez na manhã desta segunda-feira (16), na Turquia, uma das defesas mais veementes da permanência do ministro da Fazenda no cargo - e também de um dos pilares do pacote fiscal de Joaquim Levy, a volta da CPMF.

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Questionada durante a cúpula do G20 se concordava com avaliação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o "prazo de validade vencido" de seu principal auxiliar econômico, a presidente afirmou "não ter que concordar com tudo" que seu antecessor e padrinho político pensa.

"Não só gosto muito do presidente Lula, como o respeito, e isso é público e notório. Agora, nós não concordamos e não temos que concordar com todas as avaliações."

"Eu não tenho de concordar com tudo que pessoas das quais eu gosto imensamente pensam. Até porque somos todos adultos e cada um de nós pode ter sua forma de encarar a realidade diferentemente. Mesmo considerando que, no geral, quanto ao país, a gente concorda", afirmou.

Dilma também elogiou Levy – "um grande servidor público", "tem compromisso com o país" – e disse que os rumores sobre sua saída, que cresceram nos bastidores na última semana, são "extremamente nocivos e negativos" ao Brasil.

"As especulações que vira e mexe são feitas quanto ao ministro Joaquim Levy me obrigam também, de forma sistemática, a vir a público e reforçar que o ministro Joaquim Levy fica onde está", afirmou.

No mês passado, ao final da visita à Suécia, Dilma havia confirmado Levy no posto – desta vez após críticas do presidente do PT ao ministro – e dito que não comentaria mais o assunto. Mas conversas de bastidores se intensificaram e fizeram a presidente retomar o tema.

Sobre a turbulência política no país, Dilma disse acreditar que "a situação está cada dia se normalizando", e que o governo possui hoje maioria no Congresso – "bem confortável" ou "mais apertada" a depender das questões em pauta.

'Consciência' para aprovação da CPMF

A presidente fez coro com o ministro da Fazenda em defesa da aprovação da CPMF (contribuição sobre movimentações financeiras) como saída para a crise econômica no país. E ensaiou como será a defesa do impopular imposto perante a opinião pública: disse que a retomada da CPMF "é para crescer mais, não para gastar mais".

"Nós fizemos um grande esforço de reequilíbrio fiscal. Esse esforço agora vai requerer de nós, para poder fechar as contas e fazer superavit, a consciência e a responsabilidade para aprovar a CPMF. Isso nós vamos ter que discutir com a opinião pública, parlamentares, toda a sociedade brasileira. Porque é uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar e ter condições de acelerar o processo de saída da crise."

"Acredito que muitos, como eu, que antes não queriam aumentar imposto, entendem hoje que esse aumento não é para se gastar mais, é uma aumento para se crescer mais, essa é a diferença."

Ao final da entrevista, já deixando a sala no centro de imprensa do G20, a presidente foi questionada se teria algum problema com Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Lula e virtual substituto de Levy. Afirmou "não ter problemas com ninguém" e disse estar em fase "Dilminha paz e amor", adaptando, mais uma vez, a expressão consagrada por Lula ao falar de si.

A presidente volta a Brasília ainda nesta segunda-feira.

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