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Política

Dilma diz que não tem interesse em antecipar discussão eleitoral

13 ago 2013 - 11h46
(atualizado às 12h35)
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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que está empenhada em exercer as funções no governo e não tem interesse em antecipar a discussão eleitoral. Em 2014, os brasileiros vão escolher deputados, governadores, senadores e o presidente para os próximos quatro anos.

"Sou presidente da República, as outras pessoas querem ser presidente da República. Eu quero exercer meu mandato, eu não quero ficar discutindo eleição", disse em entrevista à Rádio Clube de Itapira, no interior de São Paulo, ao ser perguntada sobre as eleições presidenciais de 2014.

Na semana passada, durante visita ao Rio Grande do Sul, a presidente afirmou que não faz campanha "porque todo o resto é quem tem que fazer campanha porque aqui é o meu lugar. Estou exercendo o governo. A troco de que vou fazer campanha? Vou é governar. Graças a Deus vivemos em uma democracia. Estou preparadíssima para governar até 31 do 12 de 2014”.

Na última sexta-feira, o Instituto Datafolha mostrou que após uma queda de 35 pontos percentuais na aprovação do governo, Dilma Rousseff teve uma ligeira recuperação. O índice dos que consideram o governo ótimo ou bom subiu de 30% no final de junho, no auge dos protestos, para 36%. O ápice da aprovação ocorreu em março, quando 65% consideravam a sua gestão ótima ou boa. Na pesquisa deste mês, o índice dos que julgam o mandato ruim/péssimo variou de 25% para 22% e aqueles que o consideram regular oscilou de 43% para 42%.

Ainda segundo o levantamento, a aprovação a Dilma é maior entre os que ganham até dois salários mínimos, dos quais 41% aprovam o governo. Entre os mais ricos, aqueles que ganham acima de dez salários mínimos, a aprovação tem o menor índice (29%). A pesquisa foi feita entre quarta-feira e sexta em 160 municípios do país, com 2.615 entrevistados.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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