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Política

Dilma diz que combate à corrupção é "prática de Estado" no país

7 nov 2012 - 13h25
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o combate à corrupção é uma "prática de Estado" no Brasil, mas ressaltou que ações contra irregularidades não devem ser responsabilidade exclusiva do governo.

Presidente Dilma Rousseff participa da abertura da Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília. 7/11/2012
Presidente Dilma Rousseff participa da abertura da Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília. 7/11/2012
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Na abertura da Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília, a presidente mencionou as iniciativas brasileiras da leis da Ficha Limpa e a de Acesso à Informação, como instrumentos para aperfeiçoar a "governança e gestão" no país, "favorecendo a eficiência e bom uso de recursos" públicos.

"No Brasil, a prevenção e o combate à corrupção são práticas de Estado. A democracia brasileira conta com instrumentos sólidos, como a respeitada Controladoria-Geral da União (CGU), os Tribunais de Contas, em especial o TCU, um Ministério Público independente, uma Polícia Federal atuante e uma imprensa livre", disse Dilma ao discursar na abertura da conferência.

"O combate ao malfeito não pode ser usado para atacar a credibilidade da ação política. O discurso anticorrupção não deve se confundir com o discurso antipolítica ou anti-Estado. Deve reconhecer o papel do Estado como desenvolvimento importante à transparência", disse ela, que citou o combate anticorrupção como uma "luta democrática".

Seis ministros deixaram o governo Dilma em meio a denúncias de irregularidades desde o início do mandato da presidente, em janeiro de 2011. A saída dos ministros deu à presidente imagem de intolerante quanto a supostos desvios, o que ajudou a elevar sua popularidade no país, segundo pesquisas.

As saídas ocorreram após denúncias publicadas na imprensa, cuja liberdade foi defendida por Dilma.

"Estou convencida de que mesmo quando há exageros, e sabemos que em qualquer área existe, é sempre preferível o ruído da imprensa livre do que o silêncio tumular da ditadura", disse a presidente, que foi presa e torturada durante o regime militar.

O ministro Jorge Hage, da CGU, também destacou mecanismos de transparência na administração pública e o incentivo para adoção dessas práticas no setor empresarial.

"Optamos, no Brasil, por uma abordagem ampla e diversificada, que investe tanto na prevenção, a começar pela transparência e visibilidade das ações de governo, quanto na investigação e repressão", disse ele.

"CLAMOR" POR REGULAÇÃO

Dilma disse que o Estado não é o único foco para esforços por transparência, citou a crise econômica de 2008 e um chamado "clamor" popular por maior regulação dos fluxos financeiros internacionais.

A presidente disse que "avolumou-se não só o clamor popular, mas a consciência também nos fóruns multilaterais" sobre a necessidade de mudanças na regulação financeira.

"A magnitude desses fluxos coloca um enorme desafio para esse monitoramento", disse ela.

Segundo Dilma, sem o controle do fluxo, os países estão sujeitos a "manipulações com graves consequências". Ela defendeu um esforço conjunto para a mudança nos governos para a adequação ética das práticas adotadas.

Dilma aproveitou seu discurso para parabenizar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela reeleição na terça-feira. (Reportagem de Hugo Bachega)

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