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Política

Dilma anuncia disposição para receber líderes dos protestos

21 jun 2013 - 22h16
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que está disposta a receber líderes de movimentos que nos últimos dias convocaram os protestos que sacudiram o país.

"Vou receber os líderes das manifestações pacíficas, de sindicatos e associações populares pois precisamos de todas suas contribuições, reflexões e experiências", declarou a presidente em mensagem em rede nacional, no qual reiterou sua "enérgica condenação" à violência ocorrida em alguns dos protestos.

Depois que nesta quinta-feira os protestos atingiram seu maior grau de efervescência, com cerca de 1,2 milhão de pessoas se manifestando em uma centena de cidades do país, Dilma afirmou o caráter "democrático" das mobilizações, que "provam o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar".

Do mesmo modo que pretende receber líderes dos protestos "pacíficos", disse que se reunirá com as autoridades do Parlamento, do Poder Judiciário, com governadores e prefeitos, a fim de elaborar um "plano nacional de mobilidade urbana", já que os protestos se originaram inicialmente por causa do aumento do preço do transporte público.

Sobre a área de saúde, Dilma insistiu que seu Governo se prepara para "trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS", um objetivo que é rejeitado pelos conselhos profissionais do país.

Segundo a presidente, "as manifestações dessa semana trouxeram importantes lições", conseguiram anular o polêmico aumento dos preços do transporte público e devem ser "aproveitadas" para "promover mais mudanças em favor da sociedade".

Dilma afirmou que é "a presidente de todos, os que se manifestam e os que não", disse que a "mensagem de mudança que vem das ruas é direta" e reiterou que deve ser escutada, assim como tinha dito na terça-feira passada, quando se referiu pela primeira vez às manifestações.

Além disso, ressaltou uma proposta que enviou ao Congresso na qual propõe que 100% dos royalties gerados pelas riquezas petrolíferas em águas profundas sejam destinadas à educação, um dos setores no qual os manifestantes exigem melhoras imediatas.

Segundo a governante, "se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas".

A presidente se referiu à rejeição que os manifestantes expressaram pela política tradicional, e embora tenha admitido que os partidos e a política em geral precisam ser "oxigenados", segundo sua opinião não podem deixar de existir.

"Nenhum país pode prescindir de partidos nem do voto popular", afirmou Dilma, voltando a se pronunciar a favor de uma reforma política que "permita aos cidadãos fiscalizar melhor todos os seus governantes".

A presidente também se referiu à Copa das Confederações, teste prévio para a Copa do Mundo de futebol, que foi alvo dos protestos por causa do elevado gasto público em um evento organizado pela Fifa.

Ela explicou que o dinheiro fornecido pelo Governo só representa um "financiamento" para as empresas que construíram os estádios e que será devolvido.

"Jamais permitiria que esses recursos saíssem dos cofres do Governo", garantiu a presidente, lembrando que o Brasil é o único país que ganhou cinco mundiais e esteve representado em todos os disputados até agora.

Dilma disse que o Brasil sempre foi muito bem recebido em todas as partes. "Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, continuou, reiterando sua convicção de que, no próximo ano, o "Brasil merece e vai fazer uma grande Copa".

EFE   
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