PUBLICIDADE

Política

Dilma agradece empenho de Lupi e diz que ele ajudará o País

4 dez 2011 - 21h07
(atualizado às 22h11)
Compartilhar
Laryssa Borges
Direto de Brasília

A presidente Dilma Rousseff (PT) informou neste domingo, por meio de nota da Secretaria de Imprensa da Presidência da República, que o ministro demissionário do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), "continuará dando sua contribuição ao País", ainda que fora do primeiro escalão do governo federal. "A presidenta agradece a colaboração, o empenho e a dedicação do ministro Lupi ao longo de seu governo e tem certeza de que ele continuará dando sua contribuição ao País", disse Dilma, em nota.

O ministro deixou o cargo na noite deste domingo
O ministro deixou o cargo na noite deste domingo
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Lupi encaminhou hoje seu pedido de demissão a Dilma após ter se reunido com a chefe do Executivo no Palácio da Alvorada, em Brasília. Apesar do apoio do partido e da vontade da presidente em não perder mais um ministro para denúncias de corrupção, a situação de Lupi ficou insustentável após a Comissão de Ética Pública recomendar sua exoneração à presidente e o jornal Folha de S. Paulo publicar reportagem afirmando que o ministro teve cargo fantasma na Câmara dos Deputados por quase seis anos.

Segundo a denúncia, Lupi foi lotado na liderança do PDT de dezembro de 2000 a junho de 2006, mas no período exercia atividades partidárias como vice-presidente da sigla. Funcionários do partido em Brasília confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas partidárias. Parlamentares afirmaram que nunca tinham ouvido falar que o ministro havia sido contratado pela Câmara nesse período. As normas dizem que ocupantes desses cargos devem exercer funções técnicas e precisam trabalhar nos gabinetes.

Antes disso, Lupi teve que se explicar no Congresso por ter usado o avião de um empresário para cumprir agenda pública em municípios do Maranhão. No início, ele negou conhecer Adair Meira, fundador da ONG Pró-Cerrado, que detém contratos milionários com o Ministério do Trabalho, mas voltou atrás depois, afirmando não ter "relações pessoais" com Meira. A declaração perdeu força quando foram divulgadas fotos da visita ao Maranhão em que o ministro aparecia ao lado do empresário.

No início de novembro, a revista Veja publicou que funcionários do ministério estariam envolvidos em um suposto esquema de cobrança de propina de ONGs conveniadas com à pasta. O esquema seria comandado por dirigentes do PDT, supostamente liderados pelo ministro Carlos Lupi.

Em suas declarações, o ministro sempre negou haver irregularidades em sua pasta e ironizou a pressão para que deixasse o cargo: afirmou que só sairia do governo "abatido à bala". O Palácio do Planalto não gostou do tom e Lupi pediu controversas desculpas: "Posso ser tudo, mas não sou uma pessoa deseducada, deselegante e muito menos despreparada. Presidente Dilma, desculpa se fui agressivo, não foi minha intenção. Eu te amo."

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade