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Política

DF: delator de denúncias no Esporte repete acusações à PF

19 out 2011 - 16h48
(atualizado às 20h24)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O delator do suposto esquema de corrupção do Ministério do Esporte, João Dias Ferreira, reafirmou as denúncias relatadas à revista Veja do final de semana que envolveriam o ministro Orlando Silva (PCdoB). Contudo, em depoimento que acontece nesta quarta-feira na superintendência da Polícia Federal de Brasília, o ex-militante do PCdoB não apresentou provas das suspeitas.

Ontem, ele, que é policial militar, afirmou ao deixar encontro com líderes da oposição em Brasília, que novas denúncias de irregularidades na pasta deveriam surgir nos próximos dias. Ferreira disse ter o áudio de uma reunião que teria ocorrido em abril de 2008, da qual teriam participado o secretário-executivo do Esporte, Waldemar Manoel Silva de Souza, e outros três membros da cúpula do ministério. Orlando Silva, porém, não teria comparecido. Ferreira disse que o áudio ainda estava sendo degravado e viria à tona "no momento apropriado".

Ele chegou por volta das 14h30 à sede da superintendência da PF, onde deve protocolar o pedido de escolta policial deferido ontem pelo Ministério da Justiça. Seu depoimento estava previsto para terça-feira, mas segundo a PF, Ferreira não compareceu por motivo de saúde. Para conseguir o benefício, o PM deve fazer uma queixa, pois nenhuma ocorrência sobre o caso havia sido registrada. A concessão da escolta foi em resposta a um pedido do PSDB, que oficializou a solicitação após a reunião com o denunciante.

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Fonte: Terra
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