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Política

DF: decisão sobre deputados ligados a mensalão sai nesta 3ª

1 dez 2009 - 12h23
(atualizado às 12h26)
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Marina Mello
Direto de Brasília

Uma reunião que será realizada na tarde desta terça-feira na Câmara Legislativa do Distrito Federal vai decidir o futuro dos deputados distritais que são citados nas denúncias sobre o suposto pagamento de mensalão por parte do governador José Roberto Arruda (DEM) a políticos de sua base de apoio.

Apesar de os distritais ligados a Arruda serem maioria na Casa - apenas cinco do total de 24 deputados são de oposição, sendo quatro do PT e um do PDT, avalia-se que, após a divulgação de imagens nas quais os principais membros da Câmara são flagrados recebendo propina, a situação deles nos cargos se tornou insustentável.

Partindo deste princípio, o deputado de oposição Cabo Patrício (PT) tentará convencer os principais envolvidos a se afastarem até com o intuito de evitar o desgaste.

Entre os que devem sair de cena, na visão da oposição estão: o presidente da Câmara Legislativa, deputado Leonardo Prudente (PMDB), flagrado colocando dinheiro dentro da meia, o Corregedor da Casa, deputado Júnior Brunelli (DEM), flagrado num vídeo orando após receber dinheiro e Rogério Ulysses (PSB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também citado no inquérito como possível recebedor da verba.

Apesar de Prudente já ter dito que não vai se afastar do cargo, deputados de oposição acreditam que, depois de ouvir o que cada parlamentar tem a dizer, ele vai acabar se convencendo de que o melhor a fazer é deixar o cargo.

"Como o ele vai continuar presidindo a Casa sendo alvo de tais denúncias, como o Rogério Ulysses vai continuar sendo corregedor após as acusações e como Brunelli vai analisar na Corregedoria denúncias contra ele mesmo", afirmou a deputada Érika Kokay (PT). "Eles vão acabar de desgastando, vai ficar igual a crise do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), quando as notícias que saíam eram sempre se afasta ou não se afasta".

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada. O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro.

As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Especial para Terra
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