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Política

Deputado pede informações a Defesa sobre espionagem de protestos

18 jul 2013 - 17h25
(atualizado às 17h31)
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O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) encaminhou nesta quinta-feira ao Ministério da Defesa um requerimento solicitando informações sobre o monitoramento das manifestações populares contra o aumento das tarifas do transporte em junho, feito pelo Exército brasileiro. 

De acordo com matéria do jornal O Globo, o Exército usou técnica de espionagem semelhante à utilizada pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), suspeita de violação de dados sigilosos no Brasil. 

Um software de fabricação nacional, em uso pelo Centro de Defesa Cibernética do Exército, filtrou informações postadas nas redes sociais e identificou os manifestantes na linha de frente dos protestos. 

Segundo a publicação, dados levantados foram enviados à Polícia Federal e às secretarias de Segurança Pública nos Estados onde ocorriam as manifestações. De acordo com o general José Carlos dos Santos, chefe do Centro de Defesa Cibernética, o monitoramento é legal e necessário por envolver questões de segurança nacional, o que legitima e justifica essa ação, segundo ele. 

O centro funciona no quartel-general do Exército, em Brasília. Da central de monitoração cibernética, Santos comandou um grupo de 50 militares responsáveis por identificar eventuais líderes das manifestações, pontos de potencial conflito e organização de atos de vandalismo. 

Em sua página oficial no Facebook, o parlamentar criticou a ação do Exército. “Ao que me consta, a Guerra Fria e a doutrina de Segurança Nacional, contra o 'inimigo interno', estão anacrônicas”, disse. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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