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Política

Delator de suposto esquema no Esporte pede proteção policial

18 out 2011 - 16h33
(atualizado às 20h04)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O policial militar João Dias Ferreira, delator do suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte, solicitou proteção policial ao Ministério da Justiça nesta terça-feira. Por volta das 16h20, Ferreira estava reunido com líderes da oposição na Câmara de Deputados e no Senado. "Tenho percebido intensas movimentações ao redor da minha residência", relatou o PM.

Ferreira também criticou o ministro Orlando Silva (PCdoB), que, segundo ele, o teria ofendido durante o pronunciamento feito na sexta-feira, na Câmara. "(Ele) não pode ficar atacando as pessoas, chamar de criminoso e vagabundo", criticou o PM, que pediu ainda que o ministro medisse suas palavras. "Só porque tem foro (privilegiado) não pode sair agredindo as pessoas", disse.

O "depoimento informal" de Ferreira foi articulado por membros da oposição após a Comissão de Educação do Senado rejeitar requerimento para ouvir o ex-policial nesta terça-feira. Em entrevista à revista Veja, Ferreira disse que o ministro teria recebido, pessoalmente, dentro da garagem do Ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes da quadrilha. Parte desse dinheiro, segundo a publicação, foi usada para pagar despesas da campanha presidencial de 2006. Orlando Silva nega as acusações.

Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar de desvios de recursos destinado a um programa da pasta. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos.

Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte. De acordo com ele, o esquema utilizava o programa Segundo Tempo para desviar recursos usando ONGs como fachada. Orlando Silva foi apontado como mentor e beneficiário desse esquema. As ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios.

Fonte: Terra
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