PUBLICIDADE

CPI do Cachoeira

STF rejeita pedido de Cachoeira para depor sem algemas nesta quarta

28 ago 2012 - 21h07
Compartilhar

O ministro Ricardo Lewandowski negou seguimento à reclamação dos advogados do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para não aparecer algemado no depoimento à Justiça do Distrito Federal (DF) marcado para esta quarta-feira. De acordo com a assessoria do Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão é no sentido de que o ministro não pode apreciar ou negar o recurso da forma como ele foi ajuizado, como reclamação.

Desacompanhado de advogado, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit depõe na CPI do Cachoeira
Desacompanhado de advogado, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit depõe na CPI do Cachoeira
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

CPIs: as investigações que fizeram história

Cachoeira, o bicheiro que abalou o Brasil

Conheça o império do jogo do bicho no País

Carlinhos Cachoeira deve depor na 5ª Vara Criminal de Brasília sobre o processo que investiga a suposta tentativa de fraude no sistema de bilhetagem do transporte público do DF. Outros seis investigados no mesmo processo também serão ouvidos. Na reclamação, os advogados do contraventor alegaram que ele sofreu constrangimento ao ser exibido algemado em audiência realizada no início de agosto.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade