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CPI do Cachoeira

Relatório final da CPI do Cachoeira será votado na quarta-feira

29 nov 2012 - 12h18
(atualizado às 20h56)
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira marcou para a próxima quarta-feira, dia 5 de dezembro, a discussão e votação do relatório final dos trabalhos apresentado ontem pelo deputado Odair Cunha (PT-MG). Para viabilizar a leitura do seu parecer depois de duas tentativas frustradas, o petista retirou do texto os pedidos de investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de jornalistas.

Desacompanhado de advogado, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit depõe na CPI do Cachoeira
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Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

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Ontem, em reunião tumultuada, Odair Cunha fez a leitura de um resumo do seu relatório com aproximadamente 80 páginas. A íntegra do parecer final tem mais de 5 mil páginas. Ao todo, o petista sugere o indiciamento de 29 pessoas, entre as quais o bicheiro Carlinhos Cachoeira, além de pedir a abertura de inquérito por crime de responsabilidade contra 12 pessoas.

Nesse grupo, está o governador de Goiás, Marconi Perillo, o ex-senador Demóstenes Torres e o prefeito de Palmas, Raul Filho. Se aprovado pela comissão, o relatório final será encaminhado à Procuradoria-Geral da República.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Em 21 de novembro, após 265 dias preso, Carlinhos Cachoeira, deixou a penitenciária da Papuda, em Brasília. No mesmo dia, o contraventor foi condenado pela 5ª Vara Criminal do Distrito Federal a uma pena de 5 anos de prisão por tráfico de influência e formação de quadrilha. Como a sentença é inferior a 8 anos, a juíza Ana Claudia Barreto decidiu soltar Cachoeira, que cumprirá a pena em regime semiaberto.

No dia seguinte, o Ministério Público Federal (MPF) de Goiás pediu nova prisão do bicheiro, com base em uma segunda denúncia contra ele e outras 16 pessoas, todos suspeitos de participar de uma intensificação de ações criminosas em Brasília. A Justiça ainda avalia o pedido.

Agência Brasil Agência Brasil
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