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CPI do Cachoeira

Carlinhos Cachoeira aparece em janela de hospital em Goiânia

29 nov 2012 - 18h31
(atualizado às 20h21)
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Carlinhos Cachoeira apareceu na janela do Instituto Neurológico de Goiânia na manhã desta quinta-feira. O bicheiro está internado desde domingo, quando apresentou "quadro agudo de diarreia e náuseas", além de sintomas de taquicardia e desidratação. Ele acenou para baixo e sorriu.

O bicheiro acenou para baixo e sorriu
O bicheiro acenou para baixo e sorriu
Foto: Zuhair Mohamad/O Popular / Futura Press

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Ontem, um boletim do hospital foi divulgado informando que Cachoeira tem previsão de alta para sexta-feira, às 9h. O bicheiro está internado desde domingo, quando apresentou um "quadro agudo de diarreia e náuseas". Também foram diagnosticados em Cachoeira sintomas de taquicardia e desidratação.

Segundo o informe, assinado pelo chefe da equipe do hospital neurológico, César Leite, o contraventor já está se alimentando normalmente e apresentou melhoras de humor. Na quarta-feira, Cachoeira continuava sem receber visita e era assistido de perto pela companheira, Andressa Mendonça.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Em 21 de novembro, após 265 dias preso, Carlinhos Cachoeira, deixou a penitenciária da Papuda, em Brasília. No mesmo dia, o contraventor foi condenado pela 5ª Vara Criminal do Distrito Federal a uma pena de 5 anos de prisão por tráfico de influência e formação de quadrilha. Como a sentença é inferior a 8 anos, a juíza Ana Claudia Barreto decidiu soltar Cachoeira, que cumprirá a pena em regime semiaberto.

No dia seguinte, o Ministério Público Federal (MPF) de Goiás pediu nova prisão do bicheiro, com base em uma segunda denúncia contra ele e outras 16 pessoas, todos suspeitos de participar de uma intensificação de ações criminosas em Brasília. A Justiça ainda avalia o pedido.

Fonte: Terra
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