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CPI do Cachoeira

GO: boletim médico aponta melhora de Carlinhos Cachoeira

27 nov 2012 - 13h39
(atualizado às 13h49)
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Mirelle Irene
Direto de Goiânia

O estado de saúde de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está melhorando. É o que afirma o boletim médico divulgado no final da manhã desta terça-feira, assinado pelo hematologista César Leite, da equipe do Hospital Neurológico de Goiânia, onde o contraventor está internado desde a noite de domingo. Segundo o boletim, Cachoeira já está conseguindo ingerir alimentos pastosos e a diarreia e os vômitos cessaram. Ele estaria também mais calmo, conseguindo inclusive conciliar o sono, mas ainda apresenta sincope e tontura, com pequenos desmaios.

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Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

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Por causa dos sintomas, cachoeira será submetido a um exame de doppler cardíaco nas próximas horas, além de um teste ergométrico, que será feito apenas se sua condição geral permitir. Ainda segundo o boletim, Luis Fernando Martins, neurologista da equipe que acompanha Cachoeira, o submeteu também a um exame de ressonância magnética, que não detectou anormalidades.

Tratado com ansiolíticos, sedativos e calmantes, Cachoeira não está recebendo visitas, mas é acompanhado pela mulher Andressa Mendonça, que se reveza nos cuidados com irmãs de Cachoeira. No domingo, Carlinhos Cachoeira foi internado com um quadro agudo de diarreia e náuseas, além de taquicardia e desidratação, o que provocou uma perda de 18 kg. Cachoeira estaria com estresse agudo, transtorno de conduta e reação mista depressiva. A equipe médica que cuida do contraventor acredita que a alta do bicheiro pode acontecer na sexta-feira.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Especial para Terra
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