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CPI do Cachoeira

Com diarreia e náuseas, Cachoeira é internado em Goiânia

26 nov 2012 - 10h29
(atualizado às 11h53)
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O contraventor Carlinhos Cachoeira foi internado na noite de domingo no Hospital Neurológico de Goiânia, com um "quadro agudo de diarreia e náuseas". A saúde de Cachoeira, que foi diagnosticado também com taquicardia e desidratação, teria ficado comprometida com a perda de 18 kg. Desde que foi solto da prisão, ele passou os dias em sua casa, no condomínio Alphaville, ao lado da mulher, Andressa Mendonça.

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Assinado pelos médicos Cesar Leite (hematologista), Alberto Las Casas (cardiologista) e Salomão Rodrigues (psiquiatra), o boletim diz ainda que Cachoeira apresenta uma reação de estresse agudo, transtorno de conduta e reação mista depressiva. Não há previsão de alta.

Na semana passada, em conversa com o Terra, Andressa comentou sobre a promessa de Cachoeira, de que iria se casar formalmente com a parceira no primeiro dia de liberdade. "Primeiro vamos dar um tempo para ele se readaptar, mas o que eu posso dizer é que ele cumpre todas as suas promessas. Isso eu posso garantir", disse Andressa, indicando que o casamento pode acontecer nos próximos dias.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

O contraventor recebeu o alvará de soltura e deixou a penitenciária da Papuda
O contraventor recebeu o alvará de soltura e deixou a penitenciária da Papuda
Foto: Paulinho Di Rousseff / Futura Press
Fonte: Terra
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