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CPI do Cachoeira

Cachoeira se compara a Dirceu em bilhete apreendido pela PF

26 nov 2012 - 08h13
(atualizado às 09h20)
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Em um bilhete apreendido pela Polícia Federal na casa de sua mulher, Carlinhos Cachoeira se compara ao ex-ministro José Dirceu. "Se eu sou um consultor da Delta e estou preso, e o Zé Dirceu que é um consultor da Delta? Qual a diferença entre nós?", diz o texto conseguido em julho na residência de Andressa Mendonça. A Polícia Federal não investigou nenhuma relação de Dirceu com a Delta. Na época, o ex-ministro ainda não havia sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal, no processo do mensalão. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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O advogado de José Dirceu, Jose Luis de Oliveira, disse que o bilhete é "irrelevante". O advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, disse não ter conhecimento da existência do papel. Durante a Operação Monte Carlo, deflagrada em 29 de fevereiro, a PF investigou as relações entre Cachoeira e a Delta, especialmente no Centro-Oeste. A PF chegou a apontar Cachoeira como sócio oculto da Delta. Laudos da polícia indicaram que verbas da empreiteira abasteceram empresas de fachada ligadas a Cachoeira. Somente no ano eleitoral de 2010, o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, único foragido até hoje, sacou R$ 8,5 milhões que saíram dos cofres da construtora Delta, empresa que detém contratos milionários com o poder público.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Mulher do principal acusado da Operação Monte Carlo, Andressa Mendonça atraiu olhares por sua beleza e acabou se tornando um dos focos da imprensa durante o processo que investiga um dos maiores esquemas de jogos ilegais do Brasil. Entre juras de amor e promessas de casamento, ela acompanhou Carlinhos Cachoeira nos três dias em que ele esteve em Goiânia para depor
Mulher do principal acusado da Operação Monte Carlo, Andressa Mendonça atraiu olhares por sua beleza e acabou se tornando um dos focos da imprensa durante o processo que investiga um dos maiores esquemas de jogos ilegais do Brasil. Entre juras de amor e promessas de casamento, ela acompanhou Carlinhos Cachoeira nos três dias em que ele esteve em Goiânia para depor
Foto: Sebastião Nogueira/O Popular / Futura Press
Fonte: Terra
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