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CPI do Cachoeira

Advogado diz que passaporte de Cachoeira será entregue no prazo

23 nov 2012 - 12h22
(atualizado às 12h42)
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O passaporte do contraventor Carlinhos Cachoeira será entregue à Justiça Federal dentro do prazo, que se encerra às 18h desta sexta-feira. A afirmação foi dada por Nabor Bulhões, advogado do bicheiro nos processos da Operação Monte Carlo e da Operação Saint Michel. "Um colega de meu escritório já foi até Goiânia para fazer a entrega do documento. Todas as determinações da Justiça serão cumpridas", garantiu.

Mulher do principal acusado da Operação Monte Carlo, Andressa Mendonça atraiu olhares por sua beleza e acabou se tornando um dos focos da imprensa durante o processo que investiga um dos maiores esquemas de jogos ilegais do Brasil. Entre juras de amor e promessas de casamento, ela acompanhou Carlinhos Cachoeira nos três dias em que ele esteve em Goiânia para depor
Mulher do principal acusado da Operação Monte Carlo, Andressa Mendonça atraiu olhares por sua beleza e acabou se tornando um dos focos da imprensa durante o processo que investiga um dos maiores esquemas de jogos ilegais do Brasil. Entre juras de amor e promessas de casamento, ela acompanhou Carlinhos Cachoeira nos três dias em que ele esteve em Goiânia para depor
Foto: Sebastião Nogueira/O Popular / Futura Press

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O recolhimento do passaporte de Cachoeira foi determinado como medida cautelar pela Justiça após uma nova denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal de Goiás. A informação foi divulgada menos de 24 horas depois do contraventor ter deixado a Penitenciária da Papuda na noite de terça-feira. "Ainda não tive acesso ao processo, mas meu colega irá aproveitar a ida a Goiânia para fazer cópia e irei analisar o material no final de semana", explicou Bulhões.

O documento, que trata do crime de depósito e exploração comercial de caça-níqueis compostos por equipamentos eletrônicos contrabandeados, também denunciou outras 15 pessoas. Todos terão que entregar até hoje os passaportes e estão proibidos de se ausentar das cidades onde moram sem comunicar à Justiça e de viajarem ao exterior.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Terra
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